O pequeno PRTB de Alagoas – liderado pelo advogado Adeílson Bezerra – encontrou uma fórmula para fazer cadeiras nos legislativo estadual e federal a cada processo eleitoral: aglutinar pessoas de pretensas densidades eleitorais semelhantes e, a partir daí, que elas disputem entre si para ocupar os espaços nos parlamentos.

É essa ideia que Bezerra tem “vendido” aos que ingressam no partido. Porém, há insatisfeitos na legenda, o que tem gerado conflitos internos, uma vez que os que chegaram primeiro correm o risco de ficar de fora das negociações para a composição de coligações.

Além disso, alguns candidatos fazem contas e alegam que o dirigente partidário acabou descumprindo o prometido, pois nomes como o do ex-prefeito de Marechal Deodoro, Cristhiano Matheus seria forte do que alguns outros, tendo vantagem na corrida eleitoral e se aproveitando da densidade dos demais.

Esta discussão – externando insatisfações – se deu até no grupo de Whatsapp dos pré-candidatos do partido e envolveu o próprio Matheus. O ex-prefeito acabou sendo removido do grupo pelo próprio Adeílson Bezerra para não causar discórdias.

Por conta das confusões em uma casa cheia, há quem diga – nos bastidores – que alguns dos nomes que seriam apostas no PRTB podem acabar desistindo de suas candidaturas para não virarem escada para outros postulantes tidos como mais fortes.

No grupo, Matheus disse que “se elege quem tem voto” para responder as críticas e ainda defendeu candidaturas de Marcos Barbosa, Antônio Albuquerque e outros, seja por meio de coligações ou da própria legenda.

Os nomes citados acabaram por desagradar a turma.

Um dos membros se referiu a Adeílson Bezerra destacando o seguinte: “Não acredito que o presidente, mais uma vez, vai fazer às escuras mais alguma novidade. Primeiro foi a questão da filiação sem o grupo acatar e agora a coligação (com o MDB) seria um golpe baixo. Quero acreditar no presidente e dar uma chance a ele para mostrar que nosso partido é independente”.

Matheus defende um chapão com o MDB e outros partidos, por isso os nomes citados por ele. “Sou defensor do chapão”, colocou o ex-prefeito.

Outro nome responde: “Eu estava pensando que com os meus 10 mil votos, eu ficaria numa boa suplência, aí a Flávia, Breno, Bruno e mais uns dois virariam prefeitos, aí sobraria dois anos para o líder aqui. Com essa ideia do Cristiano, com meus 10 mil votos, vou ser o último suplente”.

Dudu Albuquerque também bate de frente com Cristiano Matheus na legenda. “Quem decide a coligação somos nós”, arrematou. “O clima entre a gente deve ser de ânimo de amigos, quem deve estar incomodado são os deputados com mandato porque nosso grupo ficou bom e não tem partido que dispute melhor que o nosso”, conclui Dudu Albuquerque.

Matheus ironiza ao afirmar que essa era a conversa e que inclusive não entraria no partido algumas figuras como ele, que acabaram entrando. Dudu Albuquerque diz que não aceita aliança com Marcos Barbosa e “nem coligação que tenha deputado com mandato”.

O ex-prefeito de Marechal Deodoro – na sequência – ainda revela que o grupo não queria a candidatura de Fátima Canuto e de Jairzinho Lira pelo PRTB. Com isso, conclui: “Se ficar p... é pior”.

Até o deputado estadual Bruno Loureiro se mete na história e faz críticas a Matheus.

O clima fez com que Adeílson Bezerra tivesse que remover Cristiano Matheus da conversa. “Senhores (as), esse grupo foi criado para fomentar a união entre todos e não provocar discórdia. Somos alvo de fogo amigo e inimigo a todo instante. Que fique claro: quem define coligação são vocês”. Segundo Bezerra, o partido pode eleger seis deputados estaduais e pelo menos um deputado federal. Ele chamou esse projeto de “cláusula pétrea” da legenda.

O fato é que há insatisfações com diversos nomes, como o de Matheus, o de Fátima Canuto, dentre outros. Isso pode acabar gerando desistências no PRTB, conforme fontes.

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