Um edifício de 24 andares desabou por volta das 2h20 da madrugada desta terça-feira (1º) depois de pegar fogo no início da madrugada no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo. Um segundo prédio, do outro lado da rua, acabou atingido pelas chamas durante o desabamento. O fogo já foi extinto pelas equipes de bombeiros e a construção não corre risco de desabamento.
Os bombeiros buscam, ao menos, três desaparecidos. Além disso, há indícios de que uma pessoa teria morrido --seria um morador que era socorrido pelos bombeiros por um cabo quando houve o desabamento. Ainda há alguns focos de incêndio sob os escombros.
Muitos moradores conseguiram sair antes do desabamento do prédio, alguns foram retirados com intoxicação e outros com pequenas escoriações. O Corpo de Bombeiros ainda não confirma a origem do fogo, que pode ter começado no quinto andar.
A área do desabamento está isolada e três outros prédios foram evacuados.
O governador do Estado, Márcio França, esteve no local por volta das 5h e disse que, após a contenção do fogo, cães farejadores serão empregados na busca por sobreviventes em meio aos destroços.
O prédio era uma antiga instalação da Polícia Federal que estava desativada, e havia sido ocupada irregularmente. Entre 50 a 100 pessoas, muitas delas crianças, moravam até o 10º andar do prédio. A maioria das pessoas estava dormindo quando começou o incêndio e deixou o edifício com a roupa do corpo.
Testemunhas disseram ter ouvido um estrondo muito alto. "Parecia uma bomba. Quando olhei, já estava no chão", diz a cozinheira e microempresária peruana Eva Vilma Sobero Pio, 57, que mora no prédio ao lado do que desabou e estava acordada no momento.
Ela confirma a informação de que o lixo era jogado nos fossos dos elevadores, que não funcionam. "Minha filha e eu já ligamos várias vezes na prefeitura para pedir providências, porque é muita sujeira, muito lixo", diz Eva Vilma.
Por volta das 4h15, homens da Defesa Civil começaram a reunir os moradores para um cadastramento prévio das famílias, para identificar a melhor forma de oferecer ajuda e abrigo. Pouco antes, um grupo de moradores cogitou passar a a noite em outro prédio ocupado, no bairro de Santa Cecília.
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da prefeitura, já afirmou que serão fornecidos cobertores e colchões para os moradores dos dois prédios que tiverem como como se hospedar em casas de parentes ou conhecidos. Aqueles que não tiverem para onde ir devem ser encaminhados para centros de acolhida da região.
Outros prédios próximos foram atingidos pelas chamas.










