O destino do PSDB em Alagoas, não apenas em relação ao pleito desse ano, se encontra nas mãos do deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB). É o único nome do partido com condições de encarar a missão de disputar o governo do Estado de Alagoas, mesmo diante das imensas dificuldades de encarar a tarefa hercúlea.
Cunha vem sendo pressionado para isso dentro do “ninho tucano”. Mas, sabe que aceitar a missão é mudar completamente os planos que tinha traçado para si mesmo, ao querer sair da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas para tentar um mandato em Brasília, seja como deputado federal ou Senador.
O problema é que Cunha, ao encarar uma disputa pelo Executivo estadual, vai ter ainda que tentar reagrupar uma oposição esfacelada e já sem alguns nomes, como é o caso do ex-ministro dos Transportes e deputado federal Maurício Quintella Lessa (PR).
Quando o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), desistiu de ser candidato, Quintella foi o primeiro nome da oposição a pular do barco.
Cunha teria ao seu lado o PP do senador Benedito de Lira, o PROS do deputado estadual Bruno Toledo e o Democratas de José Thomas Nonô. Evidentemente que outras siglas poderiam chegar a um trabalho de articulação. No entanto, é uma luta contra o tempo, ainda mais quando Cunha pediu 15 dias para pensar no assunto, como já noticiado pelo CadaMinuto.
O PSDB aposta na imagem de Rodrigo Cunha. É um parlamentar que teve uma boa passagem pelo parlamento estadual, com pronunciamentos que repercutiram. Chegou à Casa de Tavares Bastos como o mais votado e dialoga bem com setores da sociedade civil que são chamados de “votos de opinião”.
Mas Cunha sabe do risco. Sabe que na posição em que se encontra uma eleição para deputado federal é algo mais confortável em função das pesquisas eleitorais já feitas. Sabe que para o Senado aumenta o desafio, mas não é algo tão distante de uma realidade, ainda mais com a desistência do procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça.
No entanto, para o governo, vai enfrentar uma verdadeira máquina azeitada, com o apoio de diversos partidos, deputados estaduais e prefeitos.
Estará praticamente sozinho a servir de guarda-chuva para outras siglas que possuem preocupações em eleger deputados estaduais e federais. Cunha teria que ser um soldado do PSDB e ter alguma contrapartida em caso de derrota para não sair de vez da política. A pressão sobre o jovem parlamentar não é fácil. A escolha também não. O PSDB precisa de uma resposta para ontem, para que assim possa trabalhar seus rumos.
É que o PSDB já inicia a eleição como nanico diante da inaptidão de Rui Palmeira ao sair do processo. Não por ter saído, mas pela forma como o fez em que nem foi candidato e ainda abriu mão de ser articulador de um grupo. Todas as atenções voltadas ao que pensa Rodrigo Cunha...
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