Estima-se que o apagão elétrico que afetou 12 estados do Norte e Nordeste do país, na tarde desta quarta-feira (20), tenha causado um prejuízo de R$ 10,75 milhões ao comércio do estado de Alagoas. No entanto, segundo a Federação do Comércio do Estado (Fecomércio-AL), esse valor corresponde apenas ao período de 3h de blackout geral, podendo ser ainda maior.
A média divulgada não engloba, por exemplo, os bairros que demoraram mais para serem normalizados mesmo após o religamento dos sistemas elétricos, uma vez que a energia foi reestabelecida aos poucos.
De acordo com a Eletrobras AL, isto ocorreu por que o apagão danificou alguns dispositivos nas redes de algumas cidades e bairros, o que exigiu um reparo e manutenção mais demorada.
Estima-se também que mesmo com a normalização dos serviços alguns estabelecimentos não voltaram a funcionar devido a fatores como o trânsito caótico que se instalou em toda cidade, que impediria a chegada de funcionários aos locais de trabalho.
O apagão
Uma falha em um disjuntor na subestação de Xingu, no estado do Pará, foi o que ocasionou o apagão que afetou Alagoas e mais 11 estados do Norte e Nordeste. A subestação faz parte do sistema de transmissão da usina de Belo Monte, inaugurado em dezembro de 2017 e recentemente testado para atingir sua capacidade máxima, de 4 mil megawatts (MW).
Segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, o desligamento do disjuntor derrubou a transmissão de Belo Monte, levando a separação dos sistemas Norte, Nordeste, onde o abastecimento foi totalmente interrompido, e Sudeste/Centro Oeste onde houve interrupção parcial.
O apagão começou às 15h48 e afetou cerca 70 milhões de pessoas em todo o Brasil. Por volta das 19h45, cerca de 40% dos consumidores já estavam com o fornecimento restabelecido.
No momento do apagão, o país consumia cerca de 70 mil (MW) de energia, menos da metade da capacidade gerada pela usina, que é de 150 mil megawatts, segundo Barata.