Os estímulos e o ambiente são fundamentais na primeira infância, mas, sozinhos, não vão longe. Outro fator básico no tripé do desenvolvimento é a alimentação. A preocupação com ela deve começar na gravidez. Amamentação adequada e uma dieta saudável protegem contra problemas de saúde, além de fornecerem os nutrientes fundamentais para a formação do sistema nervoso.

Foi para promover o desenvolvimento de hábitos saudáveis e reduzir os índices de crianças em estado de desnutrição e insegurança alimentar que o Governo de Alagoas lançou, em dezembro de 2017, o Programa Estadual de Complementação Alimentar e Nutricional. Em pouco mais de três meses o programa já alcançou 25 mil famílias beneficiadas.

Uma delas é a Anne Santos, de 28 anos, moradora do Clima Bom, em Maceió. Ela está à espera do segundo filho, o marido é o único da família que está trabalhando, ainda assim, de maneira informal. Para ela o complemento alimentar do Governo de Alagoas não poderia chegar em melhor hora.

“Vai ajudar e muito lá em casa, somos seis e nem sempre os ‘bicos` que meu marido faz, consegue alimentar todo mundo. Pelo menos agora, eu e meu bebê estaremos alimentado. Minha família toda vai ser beneficiada porque o dinheiro que a gente gastava com a feira, vamos poder pensar em outro fim”, explicou.

O levantamento feito pela Superintendência de Segurança Alimentar e Nutricional aponta que 64 mil cestas já foram entregues em todo o Estado. Com entregas bimestrais, o número poderá ultrapassar os 100 mil quando finalizadas as entregas referentes aos meses de janeiro e fevereiro deste ano.

Para o secretário Fernando Pereira os dados refletem o empenho do governador Renan Filho em promover inclusão, cidadania e, sobretudo, garantir que a população em situação de vulnerabilidade social possa contar com os programas sociais do Estado.

“A sensibilidade e o olhar cuidadoso do governador estão sendo essenciais para mudar a realidade dessas famílias. São obras de infraestrutura como o Vida Nova nas Grotas, hospitais sendo construídos em todo o Estado, linhas de crédito sendo disponibilizadas através da agência de fomento Desenvolve, convênios assinados com dez prefeituras para construção de complexos nutricionais e milhares de cestas nutricionais entregues mensalmente”, destacou.

A Rosemilde dos Anjos, do conjunto Cidade Sorriso II, em Maceió, é mãe de três filhos e aguarda a chegada do quarto. Quando estava grávida do primeiro bebê, em 2013, foi beneficiária do antigo programa de cestas nutricionais. Ela avalia que agora, reformulado, o programa vai alcançar mais pessoas e melhorar a vida de muitas famílias.

“Eu recebi as cestas por três meses, quando estava grávida do primeiro filho, o Matheus. Agora estou com sete meses de gestação e estou feliz por saber que receberei até ele completar seis meses de vida”, disse.

Reconhecimento facial 

Uma das premissas que norteiam as ações do Governo de Alagoas é a transparência e, em breve, o programa contará com mais um mecanismo que garanta a segurança no processo de seleção e identificação das gestantes e nutrizes beneficiárias.

O reconhecimento facial está em fase de finalização e deverá ser implantado nas próximas semanas, após treinamento com gestores municipais. Segundo o superintendente de Avaliação e Gestão da Informação, Rodrigo Araújo, serão instalados equipamentos em todos os municípios, o que trará mais comodidade a mulher.

“Dependendo do porte do município, ele pode receber até dois equipamentos. Estamos confiantes de que com esse incremento na segurança, o programa terá ainda mais sucesso”, declarou.

Além disso, os gestores alimentarão um sistema de informações da gestante ou nutriz. O objetivo é traçar um perfil das beneficiárias e um panorama da situação de cada município.

“O sistema terá informações como o número de integrantes da família, como está o pré natal, o cartão de vacinação, saber quem da família está trabalhando, a freqüência escolar dos filhos, entre outras informações primordiais para que este mapeamento possa auxiliar em ações pontuais no futuro”, explicou o superintendente.

Programa de Complementação Alimentar e Nutricional 

 O Programa de Complementação Alimentar e Nutricional é contínuo e garante a distribuição de cestas básicas e nutricionais para gestantes e nutrizes em situação de vulnerabilidade no Estado, incluídas no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico).

Para ter direito às cestas nutricionais, as gestantes e nutrizes devem estar inscritas no CadÚnico, o cadastro que controla o programa Bolsa Família, por exemplo, além de comprovarem o acompanhamento pré-natal e estarem com os cartões de vacinação em dia.

As cestas nutricionais são certificadas pelo Inmetro e compostas por 14 itens essenciais para combater a desnutrição de gestantes e recém-nascidos, entre eles, aveia, proteína, cálcio e ferro. Os recursos destinados à aquisição das cestas são oriundos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep). Para os três primeiros meses de distribuição serão investidos pouco mais de R$ 12 milhões.