O anúncio do governador Renan Filho de um novo concurso para Polícia Militar traz um reforço maior no número de policiais, principalmente para aqueles que estão nas ruas combatendo a criminalidade diariamente. Apesar de novas convocações, Alagoas ainda integra a lista dos estados brasileiros com os maiores déficits de policiais por uma média de habitantes.

Conforme dados publicados em 2017, com base no “Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros 2014”, estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alagoas contava com um número de 7.135 policiais, sendo 6.349 homens e 786 mulheres, agregando uma média de um policial para um grupo de 463 pessoas.

Mas esses dados não revelam a lotação de todos os policias militares, pois apesar do fim das assessorias militares, muitos ainda continuam à disposição da segurança particular. Para o vice-presidente da Associação dos Cabos e Soldados em Alagoas (ACS/AL) é necessário que seja realizado um estudo para avaliar e atestar o déficit do número de policias em todo estado, sem levar em consideração a recomendação da Organização das Nações Unidades (ONU), que estabelece 1 policial para 450 pessoas.

"Apesar dessa média, nós ainda achamos uma estatística muito elevada. Mesmo se fazendo concursos para mais policiais, o que precisa ser feito é um estudo, pois se hoje entram 700 homens na PM, já se tem mais 700 aguardando para se aposentar. Então é preciso um levantamento muito mais amplo", colocou Cabo Abdi, vice-presidente da ACS. 

Segundo ele, o estado atualmente apresenta uma carência de 1.100 cabos, mais 500 1º sargentos e um número ainda maior de soldados. "Nós estamos colocando esses dados para o pessoal que está nas ruas, mas a carência maior tem sido em áreas específicas da Corporação. Um exemplo é a área da saúde, que nunca mais recebeu novos membros especializados, mesmo com os últimos concursos", acrescentou ele.

Na capital do estado essa "escassez" de policiais é menos sentida pela população devido aos recentes programas implantados pelo governo, como o Ronda nos Bairro e a Força Tarefa, que atuam com policiais nos seus períodos de folga. Mas partindo para o interior do estado, algumas cidades contam com menos de dois policiais militares e as vezes ocorre de não ter nenhuma viatura nas ruas.

"A convocação de novos policiais tem que levar em consideração o tempo de formação de um policial para estar nas ruas, que pode durar até oito meses. Por isso que alguns pedidos de aposentadoria são segurados pelo Estado até que esses novos policiais estejam prontos", afirmou o vice-presidente.

De acordo com o governador Renan Filho, o novo edital para o concurso será disponibilizados na primeira semana de maio, sendo 500 vagas para a PM. "Na primeira semana de maio nós vamos publicar o edital; já foi aprovado na Fazenda (Secretaria), que é a parte mais complexa - estudo financeiro e econômico - e na Procuradoria Geral do Estado também".