Já elogiei o governo de Renan Filho (MDB) algumas vezes e há setores que merecem sim elogios. Entre eles, o trabalho técnico exercido pelo secretário da Fazenda, George Santoro, e algumas das políticas adotadas na segurança pública que, de fato, fizeram índices melhorarem, apesar de estarmos longe do ideal. Todavia, é preciso reconhecer.
Agora, a Saúde tem sido um problema grave nesse atual governo. Recentemente, isso foi constatado pela vistoria que os Ministério Públicos fizeram na maternidade Santa Mônica. A fala da promotora Micheline Tenório é gravíssima. Ela praticamente diz que os leitos foram reabertos faltando de tudo. O leito existente por si só não é garantia de atendimento.
Ao rebater o posicionamento dos órgãos fiscalizadores, Renan Filho falou o óbvio: “é melhor leitos funcionando do que fechados”. Mas é claro que é, governador. Porém, a população que paga impostos e sustenta a máquina estatal com esses, não quer apenas os leitos existentes, mas funcionando com serviço de qualidade, sem falta de medicamentos e outros insumos. E isso é o básico, não é os 100%, já que o Estado é pago para isso.
Ninguém reclama dos leitos terem sido reabertos, mas sim da forma como fora reabertos. A questão é essa. A fala do governador – querendo ele ou não – acaba passando a ideia de que o serviço “meia-boca” deve ser compreendido pelo fato dele existir ser melhor que sua inexistência. Ora, o contribuinte não pode jamais aceitar isso. Sei que essa não é a intenção de Renan Filho. Por isso, ao ler a matéria aqui no CadaMinuto, fiquei com aquela sensação de “que frase infeliz”.
E lembrando que aqui abre espaço para um questionamento que tenho feito há tempos: não sou contra a construção de novos hospitais, mas é preciso que o governo do Estado detalhe como se dará o funcionamento destes para deixar claro que não são apenas prédios físicos que estão sendo prometidos. Creio que o governo deve ter esse planejamento.
No caso da Santa Mônica, se fosse um hospital privado já estaria sofrendo penalidades que colocariam em risco seu funcionamento. Duvidam disso? Eu não.
Na continuidade de suas falas, Renan Filho disse: “Era uma vontade do Ministério Público em abrir os leitos, nós abrimos. Agora vamos conversar com eles, ouvir as sugestões e afinar o trabalho para que o Estado junto com os Poderes prestem um bom serviço para a população”. Torço para que isso ocorra. Afinal, torcer para o quanto pior melhor e burrice por parte de quem o faça. Então, que Renan Filho saiba conduzir a situação para uma solução.
A prova de que a preocupação é grande está na fala da promotora Micheline Tenório. Eis: “Anunciar a abertura de leitos sem que esses espaços possam ser ocupados é uma grande irresponsabilidade. O corpo técnico da maternidade admitiu que faltam vários medicamentos, insumos, equipamentos e também servidores. Não adianta existirem apenas as incubadoras. É preciso que elas estejam com os aparelhos necessários ao seu funcionamento, assim como são imprescindíveis as luvas, máscaras, algodão, gases e álcool para que os profissionais façam os devidos procedimentos nas crianças. Sem falar na nutrição parenteral, que costuma faltar com frequência, e a carência de servidores para cuidar dos bebês”.
Aguardemos!
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