Iria tratar deste tema ontem, mas devido alguns compromissos profissionais que também envolviam o CadaMinuto, não pude escrever. Mas, vamos lá.

Falo da absurda mensagem do senhor prefeito de Capela, Adelmo Calheiros, contra a jornalista Thayanne Magalhães. O “absurdo” aqui não é posto como mero adjetivo, mas como uma palavra que descreve um fato: uma mensagem recebida pela repórter do jornal Tribuna Independente em tom intimidatório, com difamações (ainda que em uma tentativa de forma indireta). 

A jornalista agiu de forma correta ao prestar queixa à Polícia Civil de Alagoas. Agora, que o prefeito se explique. 

Magalhães fez uma reportagem sobre o atraso do ano letivo na rede municipal de Capela, onde expos que uma das escolas estava tomada pelo mato e sem pintura. O gestor municipal não gostou da reportagem? Bem, ele tem todo o direito de rebater as informações ali contidas, de expor o que pensa sobre o texto, mas jamais de intimidar, difamar e mandar mensagens quase que em tom de ameaça a uma jornalista.

A agressão sofrida por Thayanne Magalhães é uma agressão à imprensa livre. E isto independente do que pensa um jornalista, das suas convicções etc. Em nome da manutenção da liberdade de imprensa, não se pode aceitar este tipo de agressão. Magalhães expôs o caso em suas redes sociais e acertou pela segunda vez quando não resumiu à exposição das mensagens. Era preciso a atitude de levar o caso às esferas policiais e judiciais. 

O caso agora terá um delegado designado e espero que tenha o devido desdobramento. Não acredito em um “desequilíbrio emocional” por parte do gestor público. A construção da mensagem demonstra um agir planejado, dentro de uma linha de raciocínio que visa intimidar em função do poder que se ocupa. Não foi uma agressão no calor de uma discussão para que se possa atribuir às emoções. Não há atenuante. 


E a jornalista está correta ao afirmar que mesmo que ela fosse tudo o que foi exposto na mensagem, o prefeito não tinha o direito a fazer aquele ataque daquela forma, pois não era a vida pessoal da profissional que estava em questão, mas sim um fato público em um município pelo qual Adelmo Calheiros é responsável. Ele tinha que esclarecer os fatos. E não para a jornalista, mas para seus munícipes. 

Magalhães ainda deve processar o gestor público por reparação de danos, ameaça e crimes contra honra nas áreas civil e criminal. Se comigo, eu faria o mesmo. Por esta razão, ela conta com a minha total solidariedade. 

Estou no twitter: @lulavilar