O fato do ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) não participar diretamente do processo eleitoral de 2018 não é uma novidade para o grupo político do prefeito Rui Palmeira (PSDB), muito menos é um acordo com o senador Renan Calheiros (PMDB), do grupo da oposição.
Era uma situação com a qual o grupo de oposição já contava.
Ainda que seja menos um nome para Calheiros se preocupar, dentro do grupo do qual o PSDB faz parte já era uma possibilidade, portanto. Tanto é assim que os aliados do prefeito Rui Palmeira, como PP, Democratas, PR e PROS, já contavam com essa possibilidade ao pensar em montar a chapa.
A saída de Vilela do jogo eleitoral (que foi confirmada por ele mesmo em um comunicado a Rui Palmeira e à imprensa) abre espaço para que outras possibilidades surjam. O ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa (PR), pode ser um dos nomes a disputar o Senado Federal. O senador Benedito de Lira (PP) quer a reeleição. O grupo de Rui Palmeira ainda tenta, por exemplo, atrair o ministro do Turismo, Marx Beltrão (PMDB).
E nos bastidores, sempre houve quem falasse da possibilidade do deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) se lançar nessa disputa.
Outro detalhe: mesmo com Vilela fora do páreo, Renan Calheiros - que é candidato à reeleição pelo grupo da situação - ainda terá uma das eleições mais difíceis de sua vida. São muitos pretensos candidatos, incluindo a possibilidade do procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça se lançar ao cargo pelo PSL.
Calheiros sempre soube trabalhar no “tapetão” limpando o xadrez para uma candidatura mais confortável. Fez isso em 2010. Agora terá maior dificuldade para fazer.
A saída de Vilela ajuda Calheiros? Sim. Há uma dobradinha natural em muitos locais do Estado, mesmo quando os dois estão em grupos políticos separados. São lideranças políticas que acabam apoiando ambos. O peemedebista pode aproveitar o vácuo.
Porém, também abre espaço para outros nomes que podem surgir como uma oposição mais ferrenha a Renan Calheiros, coisa que Vilela jamais faria pelos laços de amizade que possui com o peemedebista.
São várias as especulações sobre o que pode ter levado Vilela a desistir. Nos bastidores se comenta desde questões como custos de campanha, já que o grupo que acompanha Vilela, é o mesmo que acompanha o deputado federal Pedro Vilela (PSDB) e este tem uma disputa pelo mandato de deputado federal; às questões familiares.
O fato é que Vilela deixa a disputa estando bem colocado nas pesquisas. Natural que isso gere questionamentos. Em nota à imprensa, o ex-governador não responde a estas especulações. Limita-se a dizer que “estará firme no apoio à candidatura de Rui Palmeira ao governo do Estado de Alagoas”, mesmo sem o prefeito de Maceió ter decidido se será candidato ou não.
No mais, Vilela coloca: “agradeço imensamente à população da minha Alagoas que me coloca bem situado nas pesquisas de opinião pública como candidato a Senador, assim como todas as manifestações de apoio que tenho recebido de lideranças políticas, nacionais e locais do PSDB e partidos aliados. A todos, muito obrigado. Depois de três mandatos de senador, dois de governador e por várias vezes presidente nacional e estadual do PSDB, continuarei a contribuir com o meu estado como cidadão. Que Deus abençoe a todos nós”.
Vilela poderia externar os motivos. Afinal, seria uma satisfação ao seu eleitor.
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