A recente pesquisa divulgada pelo Portal CadaMinuto, feita pelo TDL Pesquisa & Marketing, divulgou dados sobre as intenções de votos simulando cenários da disputa pelo governo estadual e pelo Senado Federal. Na questão do governo, fiz um texto no blog em que indagava sobre os índices de rejeição, que a pesquisa não trouxe, e chamava atenção para o números de indecisos. 

Por qual razão digo isso? Bem, com esses dados é possível pensar em “tetos” a serem atingidos por determinados candidatos e perspectivas de mudanças de cenário no processo, já que a pesquisa é um retrato de momento e serve para algumas leituras diante de dados e dos fatos que estavam também presentes no cenário no momento em que a pesquisa foi realizada. Quanto mais completos esses dados, são melhores as análises possíveis. 

Agora, foram divulgados os números para o Senado Federal. Renan Calheiros (PMDB) - que é candidato à reeleição - aparece com 28% em um dos cenários simulados. Neste, os rivais são o senador Benedito de Lira com 22%, o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) com 20%, o ministro do Turismo Marx Beltrão (PMDB) com 16%, Rafael Tenório (Podemos) e o procurador-geral de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça, ambos com 7%. Além deles, ainda há João Caldas com 5%. 

Assim como na pesquisa para o governo, temos 18% de indecisos (o suficiente para mudar o quadro), além de 21% de intenções registradas por brancos e nulos. Ou seja: apesar da liderança de Renan Calheiros, os indecisos - caso se decidam - podem mudar o quadro ou ampliando a vitória de Calheiros ou ameaçando a possibilidade de qualquer um dos nomes que aparecem como possíveis eleitos para as duas vagas. 

Eis o motivo pelo qual o índice de rejeição seria importante para se pensar em “teto” e outras reflexões que surgem com as análises. A eleição para o Senado Federal se mostra extremamente disputada. O que fica claro - não só por essa pesquisa - é que quanto mais fragmentado o cenário (com mais candidatos) melhor para Renan Calheiros que parece ter um número de eleitores consolidados. Afinal, ninguém duvida de sua densidade eleitoral do peemedebista. 

A outra simulação feita pelo TDL é sem a presença de Teotonio Vilela Filho. Nesse cenário, Marx Beltrão (PMDB) e Alfredo Gaspar de Mendonça crescem. Renan Calheiros também. O atual senador do PMDB atinge 30%. Benedito de Lira é o segundo com 24%. Beltrão fica em terceiro 20% e Alfredo Gaspar surge com 11%. João Caldas fica com 5% e o deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) é incluído no cenário no lugar de Vilela e fica com 4%. O número de indecisos (23%) também é alto. Brancos e nulos ficam em 23%. 

Outro ponto: a diversificação de cenários é importante. E nos dois cenários propostos pelo TDL há uma candidatura que é dúvida por circunstâncias concretas: a de Alfredo Gaspar de Mendonça. Logo, seria interessante um cenário sem a presença deste. Para onde migrariam estes 7% diante de números tão próximos entre os que lideram. O mesmo se dá com os nomes de João Caldas e Rafael Tenório. São simulações que senti falta, por exemplo. 

Vale uma ressalva em relação a soma dos dados: “A TDL explica que a soma das  intenções de voto para senador são superiores a 100%, porque o eleitor tem duas opções de escolha. Para a realização desta pesquisa foi utilizada uma amostra de 1.068 eleitores, sendo esta estratificada segundo gênero, faixa etária, grau de escolaridade, nível econômico e posição geográfica. As quotas foram estabelecidas com base nos dados mais atualizados do PNAD/2014 e TSE/ TRE de 2017”. A pesquisa está registrada no TRE sob o número AL-05922/2018.

Por fim, ainda faço mais uma indagação ao Instituto: é possível conhecer - dentro dos cenários propostos - como se deu a posição dos pré-candidatos no primeiro e no segundo voto em separado. No caso do Senado Federal, tais dados também possibilitam análises mais precisas. 

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