Em postagem passada publiquei parte da conversa que tive com o ministro Maurício Quintella Lessa (PR) sobre o cenário político e as perspectivas, na visão dele, para esse ano. Dividi a conversa em duas partes: na primeira as questões locais (já publicadas). Agora, o que o ministro pensa sobre o âmbito nacional e a disputa presidencial.

Quintella se posiciona – e não poderia ser diferente diante do cargo que ocupa – como um ferrenho defensor do presidente Michel Temer (PMDB), apesar da impopularidade deste. Segundo Quintella, diante do cenário de crise no qual se encontrava o país, o governo federal conseguiu “avanços importantes”.

“Em minha concepção, o governo do presidente Temer conseguiu excelentes resultados em menos de dois anos. Ele tirou o país do vermelho diante da pior crise econômica já apresentada. Recebeu o governo e um cenário de inflação de 9,28% e encerra 2017 com ela controlada”, coloca Quintella.

Para o ministro, os resultados econômicos conseguiram atrair confiança e investimentos. Maurício Quintella também defendeu as reformas estruturantes como a Trabalhista, do Ensino Médio, das leis das estatais, dentre outras. “O Brasil hoje é sólido e mais forte e está pronto para crescer com força”.

Tenho divergências com Quintella em muitos pontos e ressaltei algumas durante nossa conversa. Já externei em alguns textos aqui porque não acho que Temer seja um bom presidente, ainda que reconheça acertos de sua gestão como o teto de gastos. Todavia, vejo uma continuidade do estamento burocrático que sempre esteve no poder com algumas pequenas mudanças.

Mas, quem me acompanha já sabe o que penso e não entrarei nesses detalhes aqui. Apenas trago as falas do ministro pela relevância que este passou a ter tanto local quanto nacionalmente.

Política

Sobre o cenário político no país, Quintella diz que o “sentimento é positivo”. “Apesar do ambiente ainda ser de intolerância em alguns setores, 2017 foi ano de virada. Com a melhora da economia, a retomada do emprego, o controle da inflação, a retomada do crescimento, a confiança no país se fortaleceu e os riscos extremos perderam espaços. Chegaremos ao período eleitoral estabilizados para encontrar o melhor caminho para o Brasil”.

O ministro defende que o governo tem que – nesse ano – aprovar reformas importantes como a tributária, previdenciária e política. “Não há mais como adiar, pois precisamos desburocratizar a máquina pública brasileira. O Estado hoje é lento e caro. Além disso, combater a corrupção precisa continuar de forma muito firme, com mais eficácia e menos pirotecnia. É fundamental atrair capital e parcerias privadas”.

Quintella passa a aderir um discurso mais liberal defendendo a redução do estado. “Precisamos modernizar nossa legislação ambiental, queremos um país sustentável, mas que tenha o direito a crescer, produzir, gerar e distribuir sua riqueza”.

Candidatura

Sobre um possível candidato à presidência da República, Quintella avalia que “Lula ainda é um risco”. Porém, também ataca o deputado federal Jair Bolsonaro a quem define como “extremista”.  Quintella defende que surja uma candidatura “sem guinadas bruscas à esquerda ou à direita”. E aí cita, ao meu ver, nomes que compõem o mesmo estamento burocrático que nos trouxe a esta encruzilhada, como Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meireles, Rodrigo Maia (Democratas) e até o do próprio Michel Temer (PMDB). Sim, o ministro cita o presidente impopular como possível candidato.

Não creio que a candidatura de Temer seja viável. Mas, são palavras do ministro...que, na realidade, demonstra querer um frente governista na disputa pelo Palácio do Planalto.

Estou no twitter: @lulavilar