A atividade política é em sua essência voltada para o bem comum, por isso é de caráter nobre, pois deve estar a serviço da sociedade. Porém, na prática diária não é bem assim. E isso vimos com clareza, mais uma vez, na semana passada, quando o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), deixou o seu estilo tranquilo e disparou contra o Tribunal de Contas de Alagoas.
De fato, faz tempo que os TCs são questionados sobre o papel que executam na estrutura estatal. São caros e servem apenas, em sua maioria, para empregar ex-políticos ou parentes e ainda para pressionar governos estaduais e prefeitos. Outras vezes estão envolvidos em denúncias de esquemas de corrupção como já observado no passado em Alagoas e ainda mais recentemente no Rio de Janeiro.
No caso atual que envolve Rui Palmeira e Rosa Albuquerque, não tenho nenhuma dúvida que cabe ao zeloso Ministério Público Estadual entrar no caso. O prefeito foi claríssimo ao afirmar que espera há quase três meses um documento que depende da assinatura da presidente do TCE/AL, Rosa Albuquerque.
E que tal lentidão é intencional e visa prejudicar o município na liberação de recursos com instituições bancária para obras que vão melhorar a vida de cidadãos em vários bairros da capital. Ora, se isso for verdadeiro estamos diante de um crime que precisa ser investigado. E se for apenas burocracia excessiva, incompetência, descaso ou má vontade, também precisa de avaliação e punição, caso haja previsão legal.
Até mesmo a suspeita levantada de que o irmão de Rosa, o deputado estadual Antônio Albuquerque, estaria por trás dessa suposta estratégia política precisa de apuração, assim como um possível envolvimento de outros interessados ainda com um poder maior do que o do parlamentar, o que nos remete ao Palácio Floriano Peixoto.
Por isso, repito, o MPE precisa entrar no caso. A sociedade não pode ser prejudicada e ficar refém de supostos interesses de algum grupo ou de que qualquer político. Que Rosa Albuquerque só chegou ao Tribunal de Constas por ser irmã do deputado é fato indiscutível, independente de suas prováveis qualidades jurídicas. E do parente a quem é umbilicalmente ligada, é mais do que amiga leal e grata por tudo aquilo que lhe foi dado profissionalmente.
Portanto, a linha de investigação do Ministério Público é simples, clara e fundamental para que a população não seja prejudicada caso exista algum interesse mesquinho impedindo ações benéficas para a comunidade.
Em tempo: A partir desta quarta-feira (27) estarei de férias. Volto em janeiro. Desejo tudo de bom pra você, leitor, em 2018.