O réu Juarez Tenório da Silva Júnior, 23 anos, foi condenado a 12 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, pela participação na morte do advogado Marcos André de Deus Felix. O crime aconteceu em março de 2014, na praia do Francês. O julgamento terminou no fim da tarde desta quinta-feira, 14, no Fórum de Marechal Deodoro.

Durante o Júri, Juarez Tenório negou a participação no crime. Segundo os autos, ele trabalhava como motorista na época do crime e afirmou ter sido procurado por Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva para que os levasse à Praia do Francês.

No local, Álvaro e Elivaldo desceram do carro e voltaram minutos depois, correndo, dizendo que tinham dado uma surra em um homem. Juarez afirmou ainda que, se soubesse que eles iam fazer isso, não teria dado a carona.

O acusado também afirmou que, no dia seguinte, Janadaris Sfredo, suposta mandante, foi a casa dele e o pediu que levasse o carro a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No caminho, próximo ao estado do Rio de Janeiro, ele ligou para a família e foi informado que estava sendo acusado de participação no crime. Por isso, decidiu voltar a Alagoas. “O que eles fizeram acabou sobrando pra mim”, declarou.

 Juarez estava preso desde 2014.

O caso

 

O advogado, Marcos André de Deus Felix, 40 anos,  foi atingido por diversos disparos de arma de fogo, no dia 14 de março de 2014, quando voltava da Praia do Francês para sua residência. Ele morreu dias depois no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, no Tabuleiro do Martins.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Janadaris e Sergio Luiz Sfredo seriam os autores intelectuais do crime, encomendando a morte do advogado a Álvaro Douglas dos Santos, Juarez Tenorio da Silva Júnior e Elivaldo Francisco da Silva, através do pagamento de R$ 2 mil. O crime teria sido motivado por desentendimentos entre o casal e a vítima.

A inimizade, que teve início em 2010, teria sido resultado de uma disputa judicial referente à ação de despejo da Pousada Lua Cheia. Na ocasião, Marcos era o advogado dos proprietários do imóvel e Janadaris representava os interesses dos inquilinos, que perderam a causa.

Posteriormente, o casal passou a administrar a Pousada Ecos do Mar e foi morar vizinho à vítima. É relatado que o advogado tornou-se alvo de provocações e perseguições, que afetaram o seu cotidiano.

Maria Flávia dos Santos, camareira da pousada Ecos do Mar, de propriedade do casal indiciado, também é acusada por participação no crime.

Em agosto, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou habeas corpus a Janadaris e Sergio Sfredo, por entender que a tese de negativa de autoria do crime, apresentada pela defesa, não foi comprovada nos autos, sendo a manutenção da prisão dos acusados necessária para a garantia da ordem pública.

Apesar de ter a liberdade negada, os dois foram transferidos para a sede do Corpo de Bombeiros, com base no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, que assegura a instalação dos acusados em “sala de Estado Maior” por também serem advogados.