Uma testemunha que foi ouvida na manhã desta segunda-feira (04) no julgamento do réu Agnaldo Lopes de Vasconcelos, acusado de homicídio contra o capitão da Polícia Militar Rodrigo Moreira Rodrigues, confirmou que o capitão realizou abordagem técnica na casa do réu dizendo que era da polícia. O julgamento ainda não tem horário para terminar.
Conforme a testemunha identificada como Felipe Rangel Jucá, que teve o celular roubado naquele dia, o capitão bateu na porta da residência de Agnaldo e se identificou como policial. “Um vizinho também teria avisado ao acusado que poderia abrir a porta que ele [capitão Rodrigues] era da polícia”, depôs a testemunha.
“Depois de 10 minutos, o capitão subiu no muro e ficou tentando observar alguma movimentação, foi quando ele recebeu três tiros”, contou a testemunha que ainda complementou dizendo que o capitão levantou e caiu do muro após ter sido alvejado.
A mãe do capitão desabafou dizendo que “a cada dia que passa, a dor aumenta”, mas afirmou que espera que o assassino pague pelo crime que cometeu. “Ele desmoronou as nossas vidas, deixou meu neto sem pai. Meu filho era um homem de bem, sem malícia, um menino gigante”.
O promotor José Antônio Malta Marques disse que vai pedir a condenação do réu pelo crime de homicidio qualificado, na qualificadora de quando se atinge um membro da Segurança Pública. Para o promotor, a expectativa é que seja condenação com a pena máxima.
O advogado e assistente de acusação Welton Roberto disse que espera que o assassino seja condenado de 12 a 30 anos de prisão por ter atirado covardemente. “Ele atirou covardemente, duas vezes, contra um representante da segurança pública. Não havia nenhuma situação em que o assassino sentiu ou na verdade estava na situação de ser agredido. O capitão havia subido no muro para saber o que estava acontecendo dentro da casa já que se encontrava na perseguição de um homem que tinha assaltado a mão armada”.
A defesa do réu alegou que o capitão Rodrigues falhou no momento em que ele tentou pular o muro. Segundo o advogado Joanísio Omena, o réu teria confundido o policial com um ladrão e efetuou os disparos.
De acordo com o processo, no dia 9 de abril de 2016, no bairro Santa Amélia, no Conjunto Jardim Petrópolis II, em Maceió, a Polícia Militar realizou uma operação de busca a um celular quando bateu à porta de Agnaldo Vasconcelos, pois o rastreamento via GPS indicava que o aparelho poderia estar naquela residência. Posteriormente, foi constatado que o celular estava, na realidade, em uma casa próxima.
Agnaldo não abriu a porta, e quando o capitão Rodrigues tentou pular muro, foi atingido por disparos efetuados pelo morador. A defesa afirma que os policiais não se identificaram corretamente e que o réu agiu em legítima defesa. A acusação sustenta que o réu sabia que se tratava de policiais. O réu foi preso no dia seguinte e está custodiado desde então.
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