Após um longo julgamento realizado nesta sexta-feira (1) o Tribunal do Júri formado pela 3ª Vara Criminal de Rio Largo condenou Edjane Gomes da Silva a 26 anos de prisão, pelo assassinato do filho de cinco anos, Gabriel Gomes da Silva. A acusação do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE) foi de homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, de forma cruel que impossibilitava a defesa da vítima.
Durante o julgamento, duas testemunhas, Tamires Gomes da Silva e Cleonice da Silva, afirmaram que criaram a criança por dois anos e após algum tempo, Edjane pediu o filho de volta. Desde então, a acusada começou a espancar o menino com frequência, deixando hematomas.
Outros dois filhos de Edjane, de 13 e 15 anos, também foram ouvidos. O mais novo contou que a mãe bata em Gabriel com um cabo de vassoura e o deixava com fome. Já o mais velho, relatou que Edjane agrediu o menino com chutes na barriga, o que teria acontecido também no dia em que ele morreu. Ele ainda afirmou que a mãe tinha o hábito de deixar Gabriel preso, por horas, no quintal de casa, algumas vezes durante a madrugada.
O promotor de Justiça, Wesley Fernandes, que atuou na acusação, disse que no dia da morte de Gabriel, Edjane o agrediu até a morte e que o menino foi colocado dentro de uma caixa d´água, no sereno, em pelo inverno.
"Inclusive, é importante informar que ficou atestado em laudo médico que a acusada é psicopata. Volto a dizer que em momento algum do julgamento ela demonstrou qualquer remorso, arrependimento. Foi muito triste. Mas, pelo menos, foi feita a justiça com a condenação da ré a 26 anos de prisão. Só sinto porque o resultado desse júri não tem a capacidade de trazer o Gabriel de volta", declarou o promotor.
O laudo do hospital para o menino foi levado no dia 14 de agosto de 2014, confirmou a morte por insuficiência respiratória, distúrbio hidroelétrico, desidratação por infecção gastrointestinal e desnutrição.
Edjane Gomes negou as acusações, disse que no dia da morte, Gabriel passou mal e vomitou após ter bebido muita água, dada pelo irmão mais velho. Ela reconheceu que deu “só um” chute na barriga da criança na noite do crime, mas alegou que a agressão não teria causado nenhum dano e ocorreu muito tempo antes do menino apresentar o mal estar.
A acusada admitiu que punia os filhos fisicamente, mas dentro do “normal”. “Às vezes batia sim, não só nele, como nos outros”, disse. Edjane afirmou que não batia mais em Gabriel do que nos outros, porém o colocava com frequência de castigo, porque ele seria menos comportado. Contudo, negou que tivesse castigado o menino na caixa d’água alguma vez. “Era a única água que tinha pra tomar banho”, alegou.
A ré foi levada para o Presídio de Santa Luzia do Norte. O julgamento foi presidido pelo juiz Galdino José Amorim Vasconcelos.