Os super-heróis invadiram o cinema: cinco filmes imperdíveis do subgênero

29/11/2017 13:00 - Pitstop Cultural
Por Leonardo Bastos
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Por Leonardo Bastos

São tempos de super-herói no cinema, muito super-herói! Não é uma novidade, mas nunca se viu tantos personagens com superpoderes em Hollywood como hoje. Desde que a Marvel iniciou seu universo expandido nas telonas em Homem de Ferro (Jon Favreau, 2008), a produção desse chamado “subgênero” chega a gerar atualmente quatro ou cinco longas por ano, responsáveis pela maior parte das bilheterias mundo afora. O último exemplar entrou em cartaz nos últimos dias, A Liga da Justiça (Zack Snyder, 2017), e arrecadou mais de R$ 14 milhões em sua estreia nos cinemas brasileiros. Quando essa tendência vai encher o saco? Não sei, mas muita água ainda vai rolar.  Dos trabalhos protagonizados por essa galera que usa trajes especiais e possui super-poderes, listo aqui cinco títulos que considero indispensáveis.

 

5. Watchmen – O Filme (Watchmen, Zack Snyder, 2009)

Adaptação de uma graphic novel de grande prestígio até mesmo na crítica literária, Watchmen chegou aos cinemas metralhado de comparações com o material original. É muito mal recebido até hoje, o que acho extremamente injusto. Com uma narrativa densa e complexa que é raríssima num tipo de cinema que frequentemente subestima a inteligência do público, é o único trabalho de Zack Snyder que julgo à altura da habitual pretensão que encontramos na filmografia do diretor. O apuro estético de Snyder está em total coesão com o espírito da obra – nem o slow motion incomoda aqui. Apresentando personagens vivenciando as paranóias deixadas pela Guerra Fria e defrontando questões existenciais, não vá ver Watchmen esperando algo mastigável e genérico, pois vai deixar de apreciar uma projeção visceral, ácida e de personalidade.

Grupo de Watchmen em formação.
Grupo de Watchmen (2009) em formação.

 

4. Corpo Fechado (Unbreakable, M. Night Shyamalan, 2001)

Não há explosões, porradaria, armaduras, martelos encantados, capas e um orçamento estratosférico de CGI em Corpo Fechado, mas ainda assim a sensação de ameaça de colapso é constante em sua narrativa.  M. Night Shyamalan (quando ainda prometia ser um dos grandes cineastas do século 21) fez uma obra de inquietação e expectativas, aplicando uma direção que faz com que as possibilidades oníricas do mundo que retrata surjam no imaginário do espectador. Jamais o “sugira, não mostre” foi tão forte em uma história sobre pessoas lidando com superpoderes. Trata-se de uma obra que quebrou a barreira ação/aventura para experimentar o suspense no subgênero. Bruce Willys e Samuel L Jackson estão em grandes momentos aqui.

Samuel L. Jackson vivendo seu famoso personagem Elijah Price em Corpo Fechado
Samuel L. Jackson vivendo seu famoso personagem Elijah Price em Corpo Fechado (2001).

 

3. Logan (Logan, James Mangold, 2017)

Sou fascinado pela franquia X-Men, riquíssima em alegorias sobre intolerância que se encaixam tragicamente em nossa realidade contemporânea. Logan é meu predileto deste universo justamente por ir ainda além dos ambiciosos conceitos explorados e focar nas sequelas que o decorrer dos anos de ódio e perdas deixou nos personagens. A imortalidade se revela mais do que nunca um fardo para Logan. É um filme sobre heróis esgotados e que se mantêm vivos somente pelo instinto de sobrevivência. E, acreditem, nunca imaginei que que existiria um filme que fosse capaz de me fazer desejar a morte de um herói que cresci acompanhando.

Hugh Jackman encarnando seu icônico personagem pela última vez em Logan.
Hugh Jackman encarnando seu icônico personagem pela última vez em Logan (2017). 

 

2. O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, Christopher Nolan, 2008)

Discordo totalmente quando mencionam O Cavaleiro das Trevas como o filme precursor do tom sombrio no cinema de super-herói, já que esse mérito é de Bryan Singer ao trazer em X-Men (2000) uma seriedade nunca antes vista em traduções cinematográficas de HQs. Mas é incontestável que Christopher Nolan deixou sua marca autoral na história da sétima arte com esta obra-prima que incorpora uma áurea quase noir e desenvolve uma atmosfera tão desprovida de qualquer luz e esperança quanto a fotografia concebida por Wally Pfister. Tendo em vista que uma das grandes fragilidades que encontro no subgênero é a figura do vilão, fico pensando se ainda veremos uma composição tão enigmática, esquizofrênica e marcante como a de Heath Ledger como Coringa.

Heath Ledger em O Cavaleiro das Trevas. O ator faleceu antes da estreia do filme.
Heath Ledger em O Cavaleiro das Trevas (2008). O ator faleceu antes da estreia do filme.

 

1. Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2, Sam Raimi, 2004);

Peter Parker não foi apenas um dos personagens que me apresentou ao universo dos heróis, mas à magia e o poder de identificação do cinema como todo. Muito mais do que um filme sobre um garoto que tem habilidades de aracnídeo e enfrenta vilões com aparência de duendes e moluscos, Homem-Aranha sempre foi a trajetória de um protagonista que lida com a transição da adolescência para a vida adulta e, com ela, todos os problemas e dilemas derivados. Elevando esse conceito ao ápice nesta continuação, Sam Raimi conduziu uma aventura com um equilíbrio de drama, comédia e ação, talvez, jamais alcançado novamente com tamanha perfeição em outros trabalhos do subgênero.

Tobey Maguire e Kirsten Dunst em Homem-Aranha 2.
Tobey Maguire e Kirsten Dunst em Homem-Aranha 2 (2004).
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