Depois de três anos do assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix, o réu Juarez Tenório da Silva Júnior, acusado de homicídio qualificado, será levado a júri popular. O julgamento acontece nesta quinta-feira, 30, em Marechal Deodoro.

Segundo a assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) de acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu na rua Carapeba, na Praia do Francês, quando os acusados Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva deflagraram tiros de arma de fogo contra o advogado Marcos André, e em seguida fugiram com auxílio de Juarez Tenório, que os aguardava perto do local em um celta.

Álvaro e Elivaldo foram julgados e condenados pelo crime, em agosto deste ano, sentenciados a 18 e 21 anos de reclusão, respectivamente, ambos em regime inicialmente fechado.

O julgamento de Juarez Tenório da Silva Júnior estava previsto para ocorrer no mesmo dia dos outros réus, mas não foi julgado pois seu advogado apresentou requerimento, de adiamento do júri, sob a alegação de estar doente e não poder comparecer ao Fórum.

O caso

O crime ocorreu no dia 14 de março de 2014, na praia do Francês, em Marechal Deodoro. O advogado, Marcos André de Deus Felix, 40 anos,  foi atingido por diversos disparos e morreu dias depois no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, no Tabuleiro do Martins.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Janadaris e Sergio Luiz Sfredo seriam os autores intelectuais do crime, encomendando a morte do advogado a Álvaro Douglas dos Santos, Juarez Tenorio da Silva Júnior e Elivaldo Francisco da Silva, através do pagamento de R$ 2 mil. O crime teria sido motivado por desentendimentos entre o casal e a vítima.

A inimizade, que teve início em 2010, teria sido resultado de uma disputa judicial referente à ação de despejo da Pousada Lua Cheia. Na ocasião, Marcos era o advogado dos proprietários do imóvel e Janadaris representava os interesses dos inquilinos, que perderam a causa.

Posteriormente, o casal passou a administrar a Pousada Ecos do Mar e foi morar vizinho à vítima. É relatado que o advogado tornou-se alvo de provocações e perseguições, que afetaram o seu cotidiano.

Maria Flávia dos Santos, camareira da pousada Ecos do Mar, de propriedade do casal indiciado, também é acusada por participação no crime.

Em agosto, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou habeas corpus a Janadaris e Sergio Sfredo, por entender que a tese de negativa de autoria do crime, apresentada pela defesa, não foi comprovada nos autos, sendo a manutenção da prisão dos acusados necessária para a garantia da ordem pública.

Apesar de ter a liberdade negada, os dois foram transferidos para a sede do Corpo de Bombeiros, com base no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, que assegura a instalação dos acusados em “sala de Estado Maior” por também serem advogados.

*Com Ascom TJ/AL