Dormir com ele sobre o peito durante a noite, usufruir de sua companhia pelo dia, levá-lo para todo lugar na esperança de fugir com ele entre uma e outra atividade da rotina, passar a noite acordado sem conseguir deixá-lo... Qual apaixonado nunca passou por isso? Hoje, as preferências entre o impresso e o digital variam, mas o amor pelos livros, que geralmente começa na infância, continua atemporal.

Quando se comemora o Dia Nacional do Livro, 29 de outubro – em homenagem à Biblioteca Nacional, fundada no Brasil por Portugal, em 1810 – o CadaMinuto esteve em um lugar que todo alagoano amante da leitura precisa visitar: a Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos, um palacete histórico localizado na Praça Dom Pedro II, no Centro de Maceió, que abriga um acervo de 75 mil obras, entre livros - inclusive em Braille -, periódicos, manuscritos, folhetos e material multimídia (CD's, CD-ROM, vídeos e fitas cassetes).

Desde que foi reaberto, em 2014, o espaço está modernizado, com computadores conectados a internet e acesso facilitado para os usuários, tanto ao prédio em si como a todas as partes do acervo. Mas, foi neste ano, especificamente no dia 11 de setembro, que o leitor que vai à Biblioteca Pública não apenas deixa um pouco de si lá, como – literalmente - pode levar um pouco dela para casa, graças ao novo serviço de empréstimo domiciliar.

Reivindicação antiga dos frequentadores, a opção de levar os livros emprestados para casa está sendo feita pela primeira vez na história de 152 anos da biblioteca. O novo serviço é parte das comemorações dos 200 anos de Emancipação Política de Alagoas.

No local que fica aberto de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h, o interessado pode buscar informações na recepção ou ir diretamente ao acervo. A consulta aos livros e demais materiais da biblioteca pode ser feita lá mesmo ou a obra pode ser retirada, desde que o interessado preencha pessoalmente um cadastro e apresente Carteira de Identidade, CPF e comprovante de residência.

Conforme informações da assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), apenas algumas coleções especiais e obras raras não podem ser retiradas da biblioteca. Outras regras que o interessado deve seguir: ele pode levar no máximo três livros de títulos diferentes por vez e tem um prazo de oito dias para devolução, sob pena de suspensão de até 15 dias do direito de utilizar o serviço de empréstimo. Os usuários também devem repor as obras nos casos de perda ou danos.

Projetos e História

A novidade pode ajudar a aumentar o eclético público frequentador do espaço, que realiza mais de mil atendimentos por mês e desenvolve vários projetos, entre eles o Papo de Mestre, Biblio Tour, Cordel e Prosa, Recital de Poesias, Cinemateca, Hora do conto, Hora do Xadrez, Elaboração de currículos, projetos de leitura do Proler e outras ações externas para estimular a leitura junto às crianças e jovens alagoanos.

Criada em maio de 1865 por iniciativa do deputado Tomaz Espíndola e pelo presidente provincial, Desembargador João Batista Gonçalves, antes de se tornar o espaço público, a sede da biblioteca, conhecida como palacete Barão de Jaraguá, hospedou o imperador D. Pedro II e a imperatriz Tereza Cristina, em 1859. Foi batizada de Graciliano Ramos em novembro de 2013.

Livrarias e sebos

Há apaixonados, no entanto, que não se contentam com apenas algumas horas ou dias o objeto da paixão. Para àqueles que fazem questão de ter os livros, Maceió ainda oferece poucas opções se comparado a outras capitais do país. As principais livrarias são a Leitura, presente nos shoppings Maceió e Parque, a Nova Livraria, localizada na Íris Alagoense, no Farol; e a Lacittá Livraria (antiga Cia dos Livros), na Avenida Moreira e Lima, também no Farol.

Dessas, a Leitura é a única livraria de rede (presente em várias cidades do país). Além de livros, lá o consumidor também encontra revistas, games, material de informática e papelaria, presentes e espaços específicos para leitura, pequenos eventos e café.

A Lacittá segue uma linha parecida, com um amplo acervo literário, e a Nova Livraria era especializada em Direito e outras áreas técnicas, mas está passando por uma reformulação e começa a oferecer ao público livros de literatura, filosofia e títulos publicados por editoras menores e mais difíceis de encontrar nas lojas de rede.

A outra opção para quem gosta de garimpar raridades e ainda economizar, sãos os alfarrábios. Além de livros e revistas, os principais sebos também comercializam revistas e discos, no Centro da cidade. O local que reúne a maioria deles é a Rua Dr. Pontes de Miranda e seu entorno, tanto em lojas quanto no conhecido paredão da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).