Uma pesquisa do Datafolha realizada pela Folha de S. Paulo mostra que 54% dos brasileiros defendem a prisão do ex-presidente Lula e 89% querem que o presidente Michel Temer (PMDB) seja processado, porém, a maioria das pessoas ouvidas não acredita em alguma eventual prisão.

 

Já o apoio a Temer é bem menor: somente 7% dos entrevistados se declararam contrários à aceitação da denúncia por obstrução da Justiça e organização criminosa pelo Supremo Tribunal Federal, o que só será possível mediante autorização da Câmara. Nesse caso, Temer ficaria afastado do Palácio do Planalto por até seis meses.

A pesquisa ainda revela que para 40%, não há motivo para Lula ser preso. Outros 5% não opinaram. Ao todo, 2.772 pessoas foram ouvidas em 194 cidades, nos dias 27 e 28 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

De acordo com o Datafolha, o apoio à prisão de Lula cresce conforme aumenta o grau de instrução (69% entre os que têm nível superior e 37% entre os com nível fundamental) e a renda familiar mensal (chega a 76% no grupo mais rico e a 42% no mais pobre) do entrevistado. O índice dos que querem Lula preso é maior nas regiões Sul (61%) e Sudeste (65%), e menor no Nordeste (34%).

O ex-presidente foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão, acusado de ter recebido um apartamento em Guarujá (SP) como parte de propina da construtora OAS. Ele só poderá ser preso se a sentença for confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O petista é réu em outros seis processos.

O apoio à prisão do ex-presidente cresce conforme aumenta o grau de instrução (69% entre os que têm nível superior e 37% entre os com nível fundamental) e a renda familiar mensal (chega a 76% no grupo mais rico e a 42% no mais pobre) do entrevistado.

Também é maior nas regiões Sul (61%) e Sudeste (65%) que na Nordeste (34%), onde os índices de popularidade do petista são mais altos. Em todos os grupos, no entanto, prevalece a opinião de que Lula não será preso ao fim das investigações (66%).

Temer é acusado de dar aval ao empresário Joesley Batista para comprar o silêncio do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. Ainda segundo a Procuradoria Geral da República, o presidente participava de uma organização criminosa, integrada por outros integrantes da cúpula do PMDB. De acordo com a denúncia, o grupo desviou R$ 587 milhões por meio de propina.

A pesquisa também mostra divisão dos brasileiros em relação ao futuro dos efeito da Lava Jato. Com empate técnico, 44% acreditam que a corrupção vai diminuir após a operação. Outros 44% apostam que os desvios continuarão na mesma proporção. Para 9%, os crimes dessa natureza aumentarão nos próximos anos.