O ex-médico Farah Jorge Farah, 68 anos, foi encontrado morto dentro de sua residência, localizada na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, nesta sexta-feira, 22. A polícia suspeita de suicídio.
Farah foi condenado a 14 anos de oito meses de prisão pelo assassinato da amante, Maria do Carmo Alves, na época com 46 anos. Ele estava em prisão domiciliar e por determinação da justiça ele teria que voltar à cadeia nesta sexta.
No momento em que os policiais chegaram à casa do ex-médico, ele não atendeu aos chamados. Os militares, então, pularam o portão da residência e chamaram um chaveiro para abrir a porta. Farah foi encontrado, em seu quarto, no segundo andar onde uma música fúnebre tocava.
De acordo com informações da polícia, o ex-médico preparou uma espécie de “ritual” para morrer. Além da música, ele se vestiu de mulher, colocou seios de silicone e estava com uma calça legging.
Farah utilizou um bisturi para cortar as veias que passam pela virilha, chamadas de femoral.
O crime
Jorge Farah foi condenado pela morte, esquartejamento e ocultação do cadáver da dona de casa, paciente e amante Maria do Carmo Alves, 46 anos.
O crime aconteceu em 24 de janeiro de 2003 na clínica do ex-cirurgião no bairro de Santana, na zona norte da capital de São Paulo. O corpo de Maria do Carmo só foi encontrado pela polícia dois dias depois no porta-malas do carro do réu, na garagem do prédio onde morava, também na zona norte.
A defesa de Farah não negava que ele tinha matado Maria do Carmo, mas alegava que ele agiu sob "violenta emoção". Segundo a defesa, em março de 2002, a vítima ligou 3.708 vezes para o consultório de Farah. Ele disse que a mulher o ameaçava e, no dia do crime, o "atacou com uma faca".
O ex-médico ficou preso por quatro anos. Em 2007, conseguiu na Justiça o direito de esperar pelo julgamento em liberdade.
Em abril de 2008, ele foi a júri e condenado a 16 anos de prisão, mas o julgamento foi anulado pela Justiça em julho de 2013. Na época, a defesa alegou que laudos que atestavam que o ex-médico era semi-imputável não foram levados em consideração pelos jurados.
Em novembro do ano passado, Farah conseguiu ficar livre da acusação de ocultação de cadáver, depois de a Justiça decretar que o crime havia prescrito.
*Com UOL