O bloco de partidos que foram aliança em torno do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB) já se reuniram pelo menos uma vez, neste semestre, para bater o martelo: trabalham com a possibilidade real do chefe do Executivo municipal se lançar ao governo do Estado de Alagoas. 

Palmeira é o candidato ao governo do ministro Maurício Quintella Lessa (PR), por exemplo, e do senador Benedito de Lira (PP). Além disso, tem o apoio do deputado estadual Bruno Toledo (PROS) e de outros nomes da base. Dos partidos que fazem parte da base aliada de Palmeira, apenas o PDT do deputado federal Ronaldo Lessa anda mais distante. Lessa tem espaços na Prefeitura, mas nunca deixou de dialogar com o grupo do atual governador Renan Filho (PMDB), que concorre à reeleição. 

A sensação é de que se Rui Palmeira decidir não ser candidato, o grupo ficará órfão...

Os “caciques” aliados de Rui Palmeira até entendem o silêncio do prefeito em relação à candidatura ao governo do Estado de Alagoas, mas já querem pressa na movimentação das legendas como “unidade de oposição” ao governador Renan Filho. Por enquanto, a voz mais ativa tem sido a de Bruno Toledo na Assembleia Legislativa do Estado. 

A avaliação é que o tempo passa e com isso, é cada vez mais difícil, construir uma via sem a presença de Rui Palmeira na cabeça da chapa, apesar dos quadros. Há ainda a possibilidade de uma “aliança branca” entre o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PMDB) e o senador Renan Calheiros (PMDB), numa dobradinha para o Senado Federal. Todas as possibilidades são colocadas na mesa. 

Os aliados querem uma agenda de Rui Palmeira no interior do Estado de Alagoas, onde seu nome não circula com facilidade, já que as ações da Prefeitura, obviamente, são concentradas na capital alagoana. Palmeira já recebeu convites para participar de eventos no interior, mas vem negando. Ele vem mantendo a postura de se afastar da disputa publicamente. Até mesmo quando é atacado por adversários, responde por meio de algum “porta-voz”. 

O tucano acredita que o foco tem que ser a gestão municipal e que a discussão pública sobre 2018 tem que ficar para o ano de 2018. 

Entre os palacianos aliados de Renan Filho, a ordem é observar os passos de Rui Palmeira como se ele já fosse um candidato, para assim não serem surpreendidos. Não por acaso, a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas escolheu o tucano como alvo, levando para discussão na Casa assuntos que incomodem a Prefeitura de Maceió, como fez Ronaldo Medeiros (PMDB) ao discutir a questão dos pardais eletrônicos. 

Os aliados do tucano avaliam que se ele cair em campo agora - com as posições de Renan Filho e Renan Calheiros em relação ao governo federal - a Prefeitura Municipal pode ter o presidente Michel Temer (PMDB) como um aliado, o que poderia facilitar alguns trâmites para as ações que a administração de Rui Palmeira planeja. 

Dentro do governo federal, Renan Calheiros vem perdendo espaços que podem cair nas mãos dos aliados de Rui, como por exemplo, o ministro Maurício Quintella Lessa. Mas, é claro: apenas Rui Palmeira pode decidir os seus rumos e o relógio do prefeito anda de forma mais lenta que os relógios de seus aliados. 

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