No dia de ontem, 28, o Supremo Tribunal Federal (STF) - por meio de decisão do ministro Luiz Barroso - abriu mais um inquérito contra o senador Renan Calheiros (PMDB). Agora, são 17 inquéritos que apuram o envolvimento do senador peemedebista em diversos crimes de corrupção. Claro: Renan Calheiros tem seu direito à defesa, ao amplo contraditório, e deve buscar mostrar sua inocência.
Todavia, como já disse aqui diversas vezes, há o impacto político. O novo inquérito aberto - por exemplo - surge em um momento em que Calheiros buscou se afastar de qualquer temática associada à Lava Jato, por meio da construção de uma agenda positiva que incluía a oposição ferrenha ao presidente Michel Temer (PMDB) e a aproximação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Renan Calheiros se reinventava/reinventa como o nome da oposição e “eterno esquerdista”. Tinha conseguido alguns avanços, inclusive sempre de olho na opinião pública. Porém, como diz o poeta Carlos Drummond, no meio do caminho tinha uma pedra, ou - em tempos modernos desse país - mais um inquérito.
Calheiros domina a arte de ser a Fênix política.
O pedido de abertura de inquérito é antigo. Foi feito pelo Procuradoria Geral da República (PGR), mas traz Renan Calheiros de volta às manchetes negativas. Desta vez, o foco das investigações são operações milionárias envolvendo o Postalis. Os envolvidos teriam capitado R$ 570 milhões no fundo de investimentos.
Óbvio que isso não agrada a agenda de Renan Calheiros.
Renan se defende. Diz que é mais uma acusação sem provas. Segundo o peemedebista-mor de Alagoas, ele nunca teve lobista ou operador. “Nunca autorizei que alguém falasse em meu nome”. Ele ainda diz que a História é requentada, deixando nas entrelinhas uma possível perseguição. Resta saber por parte de quem…
Bem, existe uma forma de livrar Renan Calheiros dessas “denúncias requentadas” que recheiam 17 inquéritos contra ele. Que os processo sejam adiantadas, que as diligências sejam céleres, assim como as investigações e as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, Calheiros terá uma oportunidade de - já que é um homem público - deixar tudo claro, não é mesmo?
Então, que os 17 inquéritos contra Renan Calheiros possam andar mais rápido no Supremo, para que ele não seja sempre de alvo de “notícias requentadas”, ainda que estas tragam - como foi o caso em tela - algo novo sobre um dos 17 processos. Afinal, com muitos processos e muitos passos em cada um deles, e sendo Renan Calheiros uma figura pública controversa, não resta dúvida que sempre será notícia.
Mas, que Calheiros ache que é um requente obra dos inimigos imaginários e das forças ocultas sabe-se lá de onde…é um direito que ele tem. O senador possui o direito de subir em seu Rocinante, empunhar a lança, e ir de encontro aos Moinhos de Vento. O STF também pode ser mai rápido ao girar as pás desse moinho. No caso em tela, 17 pás.
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