Em recente declaração à imprensa, durante um evento, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), se defendeu das acusações de “indústria de multa” na Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).
Coincidentemente ou não, o tema foi abordado por peemedebistas na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, sendo puxado pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros (PMDB), que levou ao plenário o número de 120 mil infrações no primeiro semestre.
Se o dado estiver correto, é algo assustador realmente.
É preciso que seja dito que o problema não é a multa em si. Se há a infração, é justo que exista a multa, pois é o Código de Trânsito. A questão é a justa cobrança em relação à quantidade, para que assim a Prefeitura esclareça, mostre o quanto tem arrecadado com isso, dentre outras informações que devem ser o mais transparente possível.
O deputado estadual Isnaldo Bulhões (PMDB) foi preciso ao tocar nesse ponto, afirmando que o problema não é a multa, mas a quantidade em relação ao número de veículos na cidade. Bulhões ainda colocou que a SMTT tem a obrigação de mostrar o volume de recursos e onde está sendo empregado, pois é inegável que a sinalização em Maceió é precária e as vias estão em estado lastimável.
Também não sou contra - e já falei isso aqui nesse blog - aos pardais, desde que devidamente alertado ao motorista por meio das sinalizações. Pelo que vejo, tem sido a postura que a Prefeitura tem adotado. E foi sobre isso que Rui Palmeira falou.
De acordo com ele, se o objetivo fosse arrecadar dinheiro com os pardais, eles seriam colocado de forma escondida, “como tem em várias cidades, onde colocam os agentes com radares móveis escondidos, ali começa a se fazer uma fábrica de multas”, salientou.
Bem, então que a SMTT divulgue os dados. A cidade hoje conta com 10 pardais operando. Nove deles com limite de 60 km/h e um com 50 km/h. Está longe de ser um exagero e pode ser um mecanismo importante - se bem utilizado - para evitar acidentes. Então, que a Prefeitura esclareça os critérios para escolher as vias.
Rui Palmeira em entrevista destacou: “Todos os radares do município são sinalizados e em alguns casos estamos tirando as lombadas físicas para colocar eletrônica. Com o chamado quebra-molas é preciso quase que parar o carro e passar a 0 km/h, a 5 km/h, e com a eletrônica se passa a 40 km/h. Ao contrário do que eu ouvi vamos melhorar o fluxo na região”.
O foco não é cobrar o fim da fiscalização eletrônica, mas sim como ela vem sendo utilizada, incluindo os dados sobre aplicação de multa e arrecadação. São estes números que de forma precisa responderão aos questionamentos. Simples assim.
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