Encontrar a cara-metade nem sempre é uma tarefa fácil. Há quem diga que o amor pode está em qualquer lugar... No trabalho, na faculdade, e até mesmo em um ônibus. Foi pensando nisso que há pouco mais de um ano, o jovem Alex Calado criou uma pagina do Facebook para que os apaixonados pudessem encontrar a pessoa amada com rapidez.

 

O criador da página relata que a ideia surgiu depois que ele leu uma matéria, onde um homem se casou após divulgar as características de uma mulher que tinha visto no metrô. A partir disso, criou a pagina “Te vi no buzão”. Ele conta que ficou surpreso com a aceitação do público, porque no primeiro dia ganhou mais de 700 seguidores. Inicialmente ele divulgou as características de uma garota que sempre via no ônibus, mas não a conhecia e nem tinha coragem de abordá-la.

 

“Eu tinha uma paquera no ônibus, mas não sabia como chamar a atenção dela, foi quando eu comecei a colocar as características dela e no quarto dia da pagina, eu já tive o retorno. Depois que eu vi que deu certo, comecei a divulgar a página para os amigos e a página começou a ter muitos seguidores em pouco tempo", contou.

Alex afirma que usou esse primeiro caso como referencia e a partir disso, muitas pessoas começaram a querer encontrar outras pessoas também. Uma das assíduas seguidoras da página é a estudante Kássia Santos. Ele disse que conheceu a "Te vi no buzão" após alguém ter divulgado suas características na fanpage. Ela até chegou a conhecer o seu admirador, mas não rolou nada sério entre os dois. "Ficamos só na amizade mesmo", disse ela.

 

Outro usuário que também arriscou a encontrar seu amor na rede social foi o Leandro Santos. Ele disse que a usou a pagina para encontrar uma namorada e que depois de algumas postagens, algumas garotas o procuraram, mas que ainda não encontrou a pessoa que procura. Ele revelou que chegou a ir em outra cidade, só pra conhecer uma pessoa que ele encontrou através da pagina.

 

“Fui com a cara e a coragem para Santana do Ipanema para conhecer uma pessoa. Mais de 3 horas de viagem. Mas não rolou namoro, ficamos apenas na amizade”, relatou.

 

Do busão para o mundo

 

O sucesso da "Te vi no buzão" começou a romper as barreiras dos transportes públicos de Maceió e passou a ter uma demanda de outros locais relacionados como os pontos de ônibus ou até na orla ou em outras localidades da capital alagoana. Alex relatou que foi precisou não delimitar mais os locais e com isso, ganhou ainda mais seguidores.

 

"Com o crescimento da página, começaram a chegar relatos de pessoas que estavam nos pontos de ônibus, na rua, em vários locais. E com isso, eu tive a ideia de ampliar o leque para manter os seguidores sempre fieis. Se eu não fizesse isso, poderia ser que alguém pudesse ter uma ideia parecida com a minha e ser um concorrente. E quando eu fui divulgando casos de outros locais, acabou dando certo e continuamos até hoje", disse Alex.

 

Histórias de novela

 

É comum vermos em telenovelas algumas situações onde irmãos gêmeos são separados e depois de vários e vários anos se reencontram. Mas Alex Calado foi testemunha e intermediador de um reencontro na vida real.

 

"Um dia recebi a mensagem de uma menina que estava procurando por uma irmã gêmea. Ela relatou que elas haviam sido separadas após o nascimento. Fiquei empolgado com a história e nós divulgamos. Em alguns dias, conseguimos localizar a outra irmã e elas se reencontraram. Foi algo muito legal que a página pode me proporcionar. Outro fato ocorrido foi de um pai que encontrou sua filha depois de muitos anos, entre outras histórias".

 

Utilidade pública

 

A partir do apelo de um seguidor que achou uma carteira identidade na rua, Alex passou de cupido virtual para ajudar as pessoas a encontrar seus objetos ou documentos perdidos. Hoje a "Te vi no buzão" tem um menu apenas para "achados e perdidos" e com isso, a página passou a ser também ferramenta de utilidade pública.

 

"No início eu não queria postar, porque achei que poderia tirar o foco da página. Mas quando postei a carteira de identidade achada na rua, começaram a mandar fotos para mim de carteiras de dinheiro, guarda-chuva, chaves, entre outros objetos e os donos logo eram localizados. Isso acabou dando certo e hoje muita gente nos procura para ajudar a encontrar objetos perdidos", pontuou.

 

Com quase 100 mil seguidores, Alex passou a ter uma responsabilidade do tamanho da sua página. Em determinados momentos, o criador da página afirmou que já chegou a ser jornalista por um dia e que já conseguiu dar um "furo de reportagem" após presenciar a queima de um ônibus no ano de 2015.

 

"Eu estava em um ônibus passando pela Praça da Macaxeira, no Jacintinho. De repente, o o ônibus que estava na frente do que eu estava foi incendiado. E eu tive a ideia de transmitir aquilo para os meus seguidores. Eu peguei o celular, gravei um vídeo e tirei muitas fotos desse caso e as minhas imagens viralizaram a partir daí. Outra coisa que passei a fazer é dar informações sobre assaltos de transportes coletivos. Os meus seguidores me enviam e eu divulgo na página porque acredito ser uma informação que pode ajudar as pessoas" finalizou.

 

*Estagiários