O governador Renan Filho (PMDB) anunciou que vetará o reajuste do próprio salário - que foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas - em 6,29%. 

A ideia foi proposta pelo deputado estadual Francisco Tenório (PMN). Tenório argumenta que não se trata de aumentar os vencimentos do chefe do Executivo, mas elevar o teto do funcionalismo público para que outras categorias - assim como ocorreu com os demais servidores estaduais - possam receber o mesmo reajuste que foi anunciado pelo Governo do Estado. 

Mas, Renan Filho não vê assim. O governador alega que não há condições - diante da crise econômica - para tal reajuste. Com o veto, não é apenas o governador que fica sem aumento, mas delegados da Polícia Civil, fiscais de renda e coronéis da PM, por exemplo. Apesar da ideia ter sido de Tenório, foi proposta pela Mesa Diretora e aprovada por unanimidade na Casa, apesar dos questionamentos feitos por Rodrigo Cunha (PSDB) e Bruno Toledo (PROS).

Estes dois deputados chegaram a cogitar a possibilidade de Renan Filho conceder o reajuste, mas congelar o próprio salário. A notícia do veto não agrada Francisco Tenório que já se mobiliza - junto aos colegas da Casa - para derrubá-lo. Em entrevista à Tribuna Independente, Tenório disse que conversou com Renan Filho, mas a justificativa dada pelo governador não é válida. 

Tenório diz que o governador não se sente a vontade de aumentar o próprio salário diante da crise nacional. Porém, o parlamentar argumenta que Alagoas vive um momento superavitário e que isso - por si só - mostra uma situação diferenciada. Ele frisa ainda que o veto prejudicaria categorias do funcionalismo público. 

O governador pode acabar sofrendo - a depender do poder de articulação de Francisco Tenório - uma derrota no plenário caso vete mesmo a matéria. Sobre o assunto, já comentei nesse blog. Renan Filho - caso queira votar - precisa provar porque o impacto do reajuste prejudica as contas públicas, inviabilizando o pagamento dos salários em dia. Caso contrário, é jogar “para a galera” afirmando que nega aumento a si mesmo, quando na realidade impede que outros servidores tenham o mesmo reajuste que já foi concedido a uma maioria. 
 

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