Professores da rede municipal decidiram, durante uma assembleia realizada nesta terça-feira (25), que, mesmo com a decisão do desembargador Fernando Tourinho do Tribunal de Justiça (TJ/AL) que decretou que a greve é ilegal e abusiva, a greve da categoria está mantida.
De acordo com a assessoria de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), os professores devem realizar uma próxima assembleia nesta sexta-feira (28), às 8h, no prédio do Sindicato para que seja realizada uma nova avaliação da greve.
Sobre a notificação da Justiça, a assessoria disse que a presidente do Sinteal, Maria Consuelo Correia, foi notificada na manhã de ontem (24) durante um ato que a categoria realizou em frente à secretaria de Finanças, em Maceió.
A assessoria também ressaltou que o sindicato está reunindo provas para provar que está cumprindo a lei para recorrer à decisão. Para a presidente do Sinteal, a Justiça é rápida quando se trata de processo para a luta dos trabalhadores. “Mas eles demoram décadas quando é para beneficiar a categoria”, disse Consuelo.
Com a proposta de reajuste zero para os funcionários, a categoria pede um reajuste de 7,64% no piso salarial.
De acordo com o procurador geral do Município Diogo Coutinho as ações tomadas pela administração do município ocorreram por haver uma ilegalidade e abusividade greve. “Percebemos que a maioria dos requisitos para que haja a deflagração desse movimento não estava sendo atendida, por isso entramos com o pedido de liminar pela ilegalidade da greve”.
“Ficamos sabendo que haveria a possibilidade dos grevistas ocuparem a Secretaria Municipal de Economia. Entramos com uma segunda ação, o interdito proibitório, que impede manifestantes de entrarem em órgãos públicos e instituições para realizar manifestações. Não estamos impedindo o direito de se manifestar, estamos buscando manter a normalidade no município e das atividades administrativas”, acrescentou Coutinho.
A Secretaria Municipal de Economia (Semec) informou, por meio de nota, que devido à crise no país a administração pública tem trabalho com o máximo de esforço para manter as contas em ordem, incluindo os pagamentos dos servidores. Realizar o reajuste dos servidores levaria a folha de pagamento da cidade para o vermelho, como o que acontece na cidade do Rio de Janeiro, onde os servidores sofrem com o não pagamento dos salários, devido à reajustes desorganizados. Por este motivo, a Prefeitura de Maceió entende que não é cabível o reajuste salarial neste momento.