No dia de hoje, 25, em um áudio divulgado pela Prefeitura de Maceió - em sua página oficial - o prefeito Rui Palmeira (PSDB), voltou a falar da situação dos buracos nas vias públicas da cidade de Maceió. De fato, a impressão que se tem é que o asfalto é solúvel. É um problema crônico que atravessa gestões e se faz presente a cada chuva, quando muitas vias praticamente se dissolvem, atrapalhando a vida de todos.

Há pontos da cidade que são crônicos em função de alagamentos ou buracos que se abrem de tempos em tempos. O prefeito reconheceu que as operações de tapa-buraco são paliativos. Mais ainda, as operações não conseguem dar, sequer, a resposta imediata, já que dependem do “tempo seco” para que comecem as atividades. 

A questão central é a qualidade e a idade do asfalto na malha viária da cidade. Em algumas localidades - como registra o próprio Rui Palmeira em sua fala - o asfalto foi colocado há mais de 30 anos. E aí, entra gestor municipal e sai gestor municipal, e sempre é gasto dinheiro público com os paliativos sem um planejamento para além disso, que possa ser executado justamente quando o tempo não se encontra chuvoso. 

A sensação que fica é a seguinte: 1) os gestores só acordam para o paliativo e a maquiagem e aí, diante do problema parcialmente resolvido, só votam a se preocupar com ele em uma próxima chuva; 2) mesmo diante da ciência do problema e de que o “tapa-buraco” não resolve, as administrações municipais, ao longo do tempo, não trabalharam um planejamento com visão de “Estado” e não de “governo”, para que ações visando recuperar esses 30 anos fossem feitas sem problemas de continuidade ao trocar gestores, já que tudo de fato não resolve da noite para o dia, pois são três décadas no mínimo. 

A questão é que quanto mais paliativos e menos soluções definitivas, mais o problema se agrava. E em um município em que tudo depende de planejamento para arrecadar recursos junto ao governo federal, a solução vai ficando mais cara e mais distante com o passar do tempo. É uma questão lógica e todos os gestores municipais que passaram pela Prefeitura de Maceió possuem um pouco de culpa. Rui Palmeira - evidentemente - tem a sua parcela. Afinal, já são quase seis anos convivendo com essa situação e mais uma vez vai à Brasilia com o pires na mão. 

Em entrevista ao veículo oficial da Prefeitura de Maceió, Rui Palmeira disse que “infelizmente o volume de chuva em maio e junho foi o maior dos últimos 30 anos talvez, foram 650 milímetros em maio e mais 500 em junho”. É impressionante - e podem buscar na história das desculpas - como sempre se chove acima do esperado causando problemas crônicos que o maceioense assiste a cada inverno, como uma das reprises de novelas globais. 

Porém, Rui Palmeira diz que “tem feito diariamente, quanto o tempo permite, quando não está chovendo” ações de tapa-buraco. De acordo com a própria Prefeitura de Maceió, já foram investidos R$ 1 milhão. O interessante é o uso do vocábulo “investido” já que esse dinheiro pode escorrer com uma outra chuva que caia “acima do esperado”. 

O prefeito sabe do problema: “O tapa-buraco é paliativo. Asfalto antigo. Precisamos remover e colocar um novo”. Desta vez, o tucano promete obras mais consistentes de recapeamento no mês de setembro. Ele disse que esteve em Brasília onde conseguiu R$ 2 milhões para ajuda humanitária diante das chuvas, mas que conseguiu também a promessa de R$ 6 milhões junto ao Ministério da Integração. O dinheiro ainda não chegou, segundo o chefe do Executivo municipal. 

Já foram detectadas - pela Defesa Civil Nacional - a necessidade de 25 obras que devem custar, segundo Rui Palmeira, algo próximo de R$ 30 milhões. Entre estas, contenção de encostas, situação de taludes, crateras abertas e por aí vai…

O prefeito se diz esperançoso em relação às soluções. O maceioense espera - mais uma vez - que a esperança se traduza em efeito prático. Por fim, Rui Palmeira diz que iniciou ações no Murilópolis e Fernão Velho, que são pontos mais críticos e “não dá para esperar, pois o dano pode ficar maior”. 

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