No dia de ontem, 24, em dois textos nesse blog, falei das divergências que nasceram em setores da esquerda após as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o PSOL. Conversei com o presidente municipal do PSOL e ex-candidato à Prefeito de Maceió, Gustavo Pessoa, sobre o assunto. Está no histórico.
Citei - dentro de um contexto em que indagava a possibilidade de aliança em 2018 apesar das “trocas de farpas” entre os partidos - que havia pontos comuns nessas esquerdas. Para exemplificar falei da presença de Othoniel Pinheiro, que pretende disputar o Senado pelo PSOL, na coletiva de imprensa em defesa de Lula, ocorrida logo após a sua condenação ser proferida pelo juiz Sérgio Moro.
Não fiz juízo de valor sobre a presença de Pinheiro na coletiva. Apenas exemplifiquei para mostrar, em caso concreto, as proximidades e pautas comuns. Diante disso, o defensor público Othoniel Pinheiro, em um texto em que faz referências positivas ao meu nome, e desde já agradeço, explicou as motivações que o levaram à coletiva de imprensa organizada pelo PT e militâncias. Ele fez em suas redes sociais.
Como citei o caso aqui, acho justo trazer também para o meu leitor o que Pinheiro disse em suas redes sociais. De acordo com ele, a “presença no evento representando o PSOL deveu-se a convites feitos a minha pessoa por parte do presidente estadual do PT-AL e outros representantes da sigla, bem como por indicação do presidente municipal do PSOL, para, única e exclusivamente, anunciar a posição oficial do diretório nacional do PSOL, que reprovou a sentença do Juiz Sérgio Moro, alegando que “a ação penal é frágil em termos de materialidade e provas, reforçando a tese do arbítrio e da ação persecutória que se materializou na condução coercitiva de Lula e na divulgação ilegal de áudio contendo diálogo entre Dilma e o ex-presidente, procedimento duramente repreendido pelo então Ministro do STF Teori Zavaski”.
Pinheiro diz que sua posição pessoal é a seguinte: “se Lula for realmente culpado, que vá para a cadeia e pague, mas a sentença em questão, além de ter sido proferida por um juiz que, em virtude de sua parcialidade política e suspeição, não poderia proferi-la, não está baseada em provas que podem levar à condenação, estando eivada de vícios insanáveis do ponto de vista técnico e processual. Não custa nada lembrar que sou constitucionalista e prezo pela presunção de inocência e pelo devido processo legal, pautas que, inclusive, levaram-me a conseguir uma medida judicial que impede a veiculação das imagens de pessoas ainda não condenadas à imprensa”.
Por fim, ele se posicionou sobre a declaração de Lula a respeito do PSOL: “sobre a declaração de Lula a respeito do PSOL, espero que tenhamos maturidade para diante desse episódio abrir pontes para a construção, em Alagoas e no Brasil, de uma unidade progressista, democrática, pluralista, honesta, reconhecedora de erros do passado e dissociada dos coronéis que há décadas dominam a política alagoana”.
É isso.
Estou no twitter: @lulavilar