Há quem até hoje diga que a eleição de 2014, em Pernambuco, para governador, foi vencida por Eduardo Campos, embora o político disputasse à Presidência da República pelo PSB. É que em agosto daquele ano Campos morreu tragicamente em um acidente aéreo. Foi uma comoção nacional, com repercussão ainda maior em Pernambuco.
O candidato que campos escolheu para sucedê-lo, Paulo Câmara, patinava nas pesquisas. Tudo caminhava para uma fragorosa derrota. Mas a morte de Campos mudou o rumo daquela eleição. Câmara virou e derrotou o favorito, o senador Armando Monteiro Neto (PTB), porque o pernambucano votou em homenagem ao jovem líder político morto.
Porém, nos dias atuais, a situação do PSB é complicada. Paulo Câmara está com a popularidade em baixa, aliados como o DEM e PSDB têm se afastado e tomado algumas bases da sigla. Câmara também pode perder o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e seu filho, o ministro das Minas e Energia, Fernando Filho (PSB-PE).
Como a história as vezes retoma o seu caminho do qual se afastou acidentalmente, pesquisa realizada em abril pelo Instituto Uninassau revela que Paulo Câmara tem apenas 6% das intenções de voto dos pernambucanos.
A disputa para o Governo do Estado é liderada pelo senador Armando Monteiro Neto (PTB), com 22%, seguido pelo atual ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), com 12%. O ministro das Cidades, Bruno Araújo, aparece com 2% da preferência do eleitorado.
Câmara tenta uma aproximação com o PT, o que parece improvável de ocorrer. Os dois aliados históricos romperam relação desde que Eduardo Campos se lançou candidato à Presidência. Depois, no segundo turno da eleição presidêncial de 2014, o PSB de Pernambuco apoiou Aécio e, em seguida, optou por votar a favor do impeachment de Dilma. Essas mágoas perduram e o PSB está sem norte, dividido em vários grupos, sem liderança.
Já o PSDB também está à deriva. O partido não decidiu – há nove dias da votação na Câmara – se será contra ou a favor ao pedido de licença para que Michel Temer seja julgado por corrupção. Por isso a Direção Nacional optou por liberar os seus 46 parlamentares.
Da mesma forma o partido não sabe quem será o seu candidato em 2018. Serra quer ser, Alckmin, também, idem o prefeito João Doria, e até Aécio Neves, dizem, acha que consegue se recuperar.
Enquanto isso vários partidos já colocaram o seus candidatos na prateleira do supermercado: o PT diz que terá Lula. Jair Bolsonaro, o segundo nas pesquisas, pelo nanico PSC, Ciro Gomes será candidato pelo PDT e REDE tem Marina Silva.
O PSDB e o PSB não sabem o que fazer e correm o risco de saírem bem menores das eleições de 2018.