Conversei - na manhã de hoje, dia 24 - com Gustavo Pessoa, que foi candidato a Prefeito de Maceió pelo PSOL e é um dos nomes do partido que pode se fazer presente nas eleições de 2018 - sobre os ataques que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez ao PSOL, após a sua condenação. O juiz Sergio Moro sentenciou Lula a nove anos e meio de prisão e há outros inquéritos em que o ex-presidente figura como réu. 

Pessoa coloca que a fala de Lula - acusando o PSOL de “frescuras” - foi de uma enorme infelicidade. “No momento mais delicado de sua trajetória política, ele perdeu a oportunidade de exercitar a humildade e a autocrítica. Usou sua entrevista para bater no PSOL ao tempo que fez apologia a uma estratégia de governo que tem como pressuposto a aliança com todos os atores mais atrasados da política. Segundo Lula, essa seria única forma de se viabilizar a governabilidade”, destacou. 

Não farei juízo de valor sobre as falas de Pessoa, mas apenas colocar o que foi dito no diálogo. Posteriormente, faço análises sobre o assunto. 

Um outro ponto que indaguei ao ex-candidato foi como ele enxergava as chances de união entre PT e PSOL em Alagoas depois de tais declarações. “Eu entendo que as chances de aliança eleitoral entre PSOL e PT em Alagoas são reduzidíssimas, uma vez que o PSOL pretende apresentar uma alternativa aos projetos tucano e calheirista. E o PT parece que ensaia uma reaproximação com o grupo do senador Renan Calheiros (PMDB), o que para nós representa exatamente a materialização de um pragmatismo que hoje está cobrando seu preço em parte da esquerda”, respondeu. 

Também questionei a Gustavo Pessoa sobre a presença do PSOL - pelo menos um dos filiados, o  defensor público Othoniel Pinheiro, lá esteve - na coletiva de imprensa em defesa de Lula. Válido lembrar: a presença se deu antes das críticas de Lula ao PSOL. O presidente municipal do PSOL, Gustavo Pessoa, registrou que foi uma “presença importante”. 

“É importante registrar que o PSOL apoia a Lava Jato, ao tempo que reconhece excessos perigosos ao estado democrático de Direito, numa hipertrofia do Poder Judiciário e dos aparatos policiais. Também temos pautas em comum com o PT, que se materializam na luta contra uma agenda de reformas que na nossa compreensão não foram pactuadas nas urnas. Contudo, isso não deve ser confundido com aliança eleitoral como setores da imprensa precipitadamente alardearam”, finalizou. 

Estou no twitter: @lulavilar