Volto ao tema por concordar com o historiador Luiz Felipe de Alencastro, professor emérito da Universidade Paris-Sorbonne. Ele disse, em entrevista ao jornalista Bernardo Mello Franco, da Folha, que os políticos que defendem a adoção do parlamentarismo querem dar um golpe para continuar no poder sem votos.
“Essa ideia sempre ressurge em momentos de crise e na véspera de eleições presidenciais”, diz o professor. Vale lembrar que o parlamentarismo já foi derrotado em duas oportunidades através da consulta popular via plebiscito: em 1963 e em 1993.
A ideia de alterar o sistema de governo é apoiada pelo senador José Serra (PSDB-SP), ministro Gilmar Mendes (STF), e ainda pelo presidente Michel Temer, entre outros. Para Alencastro, “o motivo é o medo da eleição direta porque a centro-direita ainda não encontrou um candidato viável ao Planalto.”
"Os tucanos perderam as últimas quatro disputas no sistema atual. O próprio Serra foi derrotado duas vezes. "Quem iria escolher o nosso primeiro-ministro, este Congresso? Está louco”, questiona Luiz Felipe de Alencastro.
Pois bem, o que precisamos, definitivamente, é buscarmos o aperfeiçoamento do modelo atual e, fundamentalmente, escolhermos melhor os nossos representantes.
Caso contrário, permaneceremos da forma como nos encontramos: comandados por quadrilhas associadas que conseguem controlar - na maioria dos casos - a política brasileira no Congresso, nos estados e municípios para os seus próprios ótimos ‘dividendos’.