Da mesma forma que os partidos da base de apoio do prefeito Rui Palmeira (PSDB) defendem que ele dispute o governo de Alagoas, cabos eleitorais de cidades do Sertão também cravam e desejam a sua candidatura. Foi isso que observei durante alguns dias conversando com pessoas em Mata Grande, Canapi, Inhapi, Água Branca e Delmiro Gouveia.
Eles sabem que para existir disputa e “estrutura que os alimente” é preciso uma candidatura viável para enfrentar o govenador Renan Filho (PMDB). E o nome da vez – embora rejeite tratar sobre o tema – é o de Rui.
No campo da oposição Rui também é o elo e a ponte que mantém Ronaldo Lessa, Biu de Lira, Thomaz Nonô e Maurício Quintella, entre outros, no mesmo navio. No entanto, os capitães ainda não sabem exatamente onde vão ancorar. É que há excesso de incertezas na política nacional.
A provável queda do presidente Michel Temer, por exemplo, levará ao cargo Rodrigo Maia, do mesmo partido de Nonô, o que provavelmente dará ao ex-deputado federal e atual secretário municipal de Saúde uma musculatura e influência política imensamente superior a que ele detém hoje.
Exatamente por tudo isso é que o encontro dos caciques da base aliada do prefeito jogou para o futuro qualquer decisão sobre candidaturas. E como ninguém cobrou uma decisão de Rui - nem poderia por conta do excesso de prazo e das indefinições políticas – o jogo está sendo jogado positivamente para Palmeira.
Para muitos ele é o candidato desejado, enquanto outros esperam que permaneça onde se encontra. O fato é que Rui não age como candidato, não visita políticos do interior em suas bases, não vai as suas festas. Ou seja, não se expõe nem alimenta expectativas.
Se assim agisse provavelmente estaria ainda mais bem pontuado nas antecipadas pesquisas eleitorais que têm sido divulgadas. Parte de uma delas, por exemplo, feita pelo Instituto Falpe no município de Estrela de Alagoas, entre os dias 9 e 10, ouviu 1.200 pessoas e mostra Rui Palmeira em segundo lugar, mas os seus aliados figuram nas primeiras colocações na disputa pelo Senado.
Isso significa que numa eleição haveria crescimento de Rui por conta da transferência de votos entre aliados do mesmo grupo. Claro, a pesquisa foi somente em Estrela, só que pesquisas de maior amplitude mostram a mesma semelhança.
Leia os números abaixo:
Governador – Desses nomes citados em quem você não votaria para governador? Rui tem a menor rejeição, 3%. JHC e Renan aparecem com 4,5% e 5%, respectivamente. Nenhum, 27,5%; nada contra, 28% e 32% não opinaram.
Numa disputa entre Renan Filho e JHC o governador aparece com 37%; JHC com apenas 9,5%; nenhum, 33%; não opinaram, 20,5%; nenhum, 33%.
Se for entre Renan filho e Rui Palmeira, o governador tem 36,5% e o prefeito 15,5%; nenhum, 30%; não opinaram, 18%.
Quando os três são apresentados para o eleitor escolher, os números são: Renan lidera com 34,5%; Rui Palmeira, 14%; JHC, 5,5%; nenhum, 27,5%; não opinaram, 18,5%.
Senado – A pesquisa apresentou os nomes e perguntou em quem o eleitor votaria: Biu de Lira lidera, 33,5%; Teotonio Vilela e Heloísa Helena ficaram em segundo, 22%; Ronaldo Lessa, 14%; Renan Calheiros, 11%; Marx Beltrão, 9%; João Caldas, 0,75%; nenhum, 22%; não opinaram, 35%.
A pesquisa também perguntou, apresentando os nomes “em quem você não votaria para senador. Renan Calheiros lidera com 4,5%; Heloísa, 1,75%; Marx Beltrão, 1%; Benedito de Lira e Ronaldo Lessa, 0,75%; Teotonio Vilela, 0,5%; João Caldas, 0%; nenhum, 22%; nada contra, 39%; não opinaram, 29,75%. A margem de erro de 3% para mais ou menos e o intervalo de confiança é de 95%.