Mesmo com chuva, centenas de pessoas ligadas a movimentos sindicais e movimentos estudantis realizaram uma caminhada pelas ruas próximas a Praça dos Martírios, no Centro, nesta sexta-feira (30). A ação ocorre em apoio à Greve Geral, que acontece em todo o país para protestar contra o presidente Michel Temer e as Reformas Trabalhista e Previdenciária.

Desde as primeiras horas da manhã de hoje manifestantes realizam protestos e interdições de vias. Os rodoviários também aderiram à Greve Geral e paralisaram suas atividades entre as 8 horas e o meio-dia.

Segundo a organização, cerca de três mil pessoas participaram da manifestação realizada no Centro. Para o diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Isaac Jackson, a chuva acabou sendo um empecilho para que mais pessoas participassem, mas ele disse que o principal objetivo dos participantes é protestar contra algumas medidas do governo de Michel Temer e que, segundo os sindicalistas, podem causar graves prejuízos aos trabalhadores.

“Nós avaliamos nossa paralisação não pela quantidade de gente, mas sim pelo prejuízo que as medidas do governo podem causar. Os trabalhadores não podem aceitar trabalhar nessas condições de reformas trabalhistas. A chuva é um empecilho, mas o que é triste é ver trabalhadores aceitando que mesmo em um dia de greve devem seguir seus patrões”, afirmou.

Já o diretor da CUT, Luiz Gomes, disse que as centrais e sindicatos também protestam contra o congelamento dos gastos públicos por 20 anos e a possibilidade de haver eleições indiretas caso Temer deixe o cargo. “Essa verdadeira quadrilha que tomou conta do poder do Brasil precisa ser derrubada. Nós saímos às ruas hoje pelo futuro na nação brasileira e pelo futuro dos trabalhadores”, disse.

Representando os funcionários da Infraero, Samuel dos Santos, do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), disse que a categoria é contra a possibilidade do governo extinguir a empresa. “Nós como funcionários da Infraero protestamos contra o governo golpista que pretende acabar com várias empresas. Além disso, somos contra as Reformas Trabalhista e Previdenciária”, afirmou.

Após ter convocado todos os sindicatos de saúde, o presidente do Sindicato dos Servidores da Secretaria Municipal de Saúde (Sindsaude), Alessandro Fernandes falou como era necessário alertar as pessoas sobre os riscos dos projetos da Reforma, e que através da paralisação Brasília deveria atender e ouvir os pedidos do povo .

Apesar da Procuradoria Geral estar funcionando com o mínimo de pessoas, representantes do Sindicato Nacional dos Servidores do MPU e CNMP (Sinasempu) também estiveram no local para protestar. “As Reformas vão de encontro com a desmoralização dos direitos dos cidadões, atingindo diretamente o Ministério Público e a Justiça”, disse Melissa Martins Pontes, diretora da Sinasempu.