Após a realização de um protesto no conjunto Dique Estrada, no bairro do Vergel do Lago, que bloquearam os dois sentidos da Avenida Senador Rui Palmeira, na tarde desta sexta-feira (30), o secretário-adjunto especial da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, afirmou em entrevista ao Cada Minuto, que os moradores da região que tiveram suas casas inundadas não terão direito ao aluguel social pago pela Prefeitura de Maceió.

"O aluguel social é direcionado apenas para pessoas desabrigadas, ou seja, as que perderam completamente suas casas nas enchentes. Com relação a esses cidadãos, o pagamento foi feito. Mas, no caso, das famílias do Dique Estrada, eles tiveram as casas inundadas, portanto o que podemos fazer é transferí-los para um abrigo público até que a situação na residência deles tenham sido resolvida. 

De acordo com a líder comunitária Elizangela Marcolino, o motivo da mobilização é a cobrança da visita da Defesa Civil Municipal ao local para fazer a avaliação necessária para que as pessoas possam receber o aluguel social.

Elizangela afirmou que há 15 dias a Defesa Civil havia confirmado presença na localidade para fazer as avaliações e encaminhar os moradores que teriam direito ao aluguel social da prefeitura, porém, até esta sexta-feira nenhum representante do órgão compareceu ao local.

"A defesa civil disse que iria vir há 15 dias e nada. Eles disseram que nós temos direito ao aluguel social, mas eles precisariam vir para avaliar a situação de cada morador e até agora nada. Por isso resolvemos fazer o protesto para chamar a atenção deles, porque são muitas famílias sofrendo por causa da Lagoa Mundaú que transbordou mais uma vez e invadiu nossos barracos. É uma situação desumana", afirmou.

Segundo a líder comunitária, duas crianças morreram por causa de picadas de escorpião durante a semana. Além disso, Elizangela revelou ainda que por causa da enchente, o sururu desapareceu da região, deixando a situação mais difícil para os moradores.

"Duas crianças morreram com picada de escorpião na semana passada. Estamos sofrendo com essa situação, porque não temos mais nem o sururu para trabalhar. O que queremos é o aluguel social que eles estavam distribuindo em outras comunidades. Fomos nos CRAS e lá só nos colocam para trás. Isso não é vida pra ninguém.", desabafou.

O protesto, que iniciou ao meio dia e se estende por toda a tarde, ainda não tem hora de término. Segundo os moradores da região, a manifestação só terá fim quando representantes da Defesa Civil foram ao local. Militares do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) estiveram presente para negociar a liberação da pista.