Com algumas exceções, como o deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB), o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), e o senador Fernando Collor de Mello (PTB), a maioria dos políticos alagoanos – que são tidos como lideranças – resolveu silenciar diante da crise instalada, ainda que alguns ocupem posição de destaque no governo de Michel Temer (PMDB) ou no Congresso Nacional.
Um dos silêncios mais constrangedores – pelo menos até aqui – é o do senador Renan Calheiros, que é líder do PMDB no Senado Federal. Na manhã de hoje, o Senado teve uma sessão esvaziada com poucos presentes. Alguns dos que lá estiveram reclamaram da ausência dos pares.
Por qual razão cito inicialmente Calheiros? Bem, o senador bancou uma oposição forte ao presidente Michel Temer no quesito “reformas”, mas depois deu uma recuada diante da possibilidade de perder a posição de líder do PMDB na Casa. Agora, Calheiros – como já mostrou a Coluna Labafero – adota sua posição na “espiral do silêncio”. Para quem sempre teve muitas opiniões sobre o atual governo, parece que agora Renan Calheiros não tem nenhuma, ou aguarda o momento propício de tê-la.
Ainda em Brasília, outros dois políticos alagoanos de “peso” no governo Temer também estão na espiral do silêncio: são os ministros Marx Beltrão (PMDB) e Maurício Quintella (PR), que respondem – respectivamente – pelo Turismo e pelo Transporte. Nem apoio a Temer, nem crítica. Adotaram a posição de aguardar o desenrolar dos fatos. Tanto Beltrão como Quintella são deputados federais e se licenciaram do mandato para assumir as funções estratégicas no governo Temer.
Na bancada federal, apenas JHC e Fernando Collor de pronunciaram. O primeiro foi mais agressivo e já protocolou um pedido de impeachment contra Temer. O pedido de JHC possui apenas duas páginas e faz referência à reportagem publicada – ainda na noite de ontem – em O Globo. Collor, de forma mais comedida, reforçou a gravidade institucional. “O Brasil é forte, e as nossas instituições são suficientemente sólidas. As duas Casas Legislativas são responsáveis o suficiente para que possamos encontrar o nível de crescimento e igualdade social que desejamos”.
Em Alagoas, o governador Renan Filho (PMDB) também silenciou. Mas, o prefeito Rui Palmeira (PSDB) adotou a postura da prudência e falou no assunto, ainda que um dos envolvidos nos escândalos recentes seja seu colega de partido: o senador Aécio Neves (PSDB).
De acordo com Rui, a crise preocupa em função dos seus aspectos econômicos. O prefeito ainda defendeu a Lava Jato. Mostrou apoio às investigações e não fez prejulgamentos.
No mais, Givaldo Carimbão (PHS), Pedro Vilela (PSDB), Cícero Almeida (PMDB), Rosinha da Adefal (PTdoB), Nivaldo Albuquerque (PRP), Arthur Lira (PP), Paulão (PT) e Ronaldo Lessa (PDT) ainda não se pronunciaram.
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