O sigilo sobre as informações da nova lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tendo por base delações feitas na Operação Lava Jato, se fez presente, na manhã de hoje, em mais uma operação da Polícia Federal. A lista foi lembrada inicialmente pela imprensa e esta seria a razão pela qual há poucas informações até este momento sobre os alvos da ação policial.

Desta vez, batizada de Satélites, a única informação confirmada é de que são quatorze mandados de busca e apreensão em treze endereços diferentes espalhados por cinco estados, incluindo Alagoas. Porém, já há uma informação da PF de que o desdobramento da Lava Jato da manhã de hoje não possui relação com a delação de executivos da Odebrecht ou com a lista de Janot, eu segue sob análise do ministro Edson Fachin, o relator do caso.

Ou seja: as informações podem ser novas.

Em Alagoas, a informação extra-oficial aponta o alvo: o senador Renan Calheiros (PMDB). Porém, nada mais que isto. Tudo é sigilo. Em tempos onde as ações da Polícia Federal sempre foram “escancaradas”, hoje temos as especulações de bastidores sobre o que a Satélites vai atrás.

De acordo com fontes, além de Renan Calheiros, os alvos são Humberto Costa (PT), Eunício Oliveira (PMDB) e Valdir Raupp (PMDB). A PF apenas informa que investiga corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

Dos alvos, apenas Valdir Raupp e Renan Calheiros estão mantendo silêncio. Segundo bastidores, Calheiros aguarda mais informações para poder comentar. Eunício Oliveira – na condição de presidente do Senado Federal – participa de uma reunião com líderes no Senado Federal.

Em nota, Oliveira diz que as apreensões são decorrentes de delações premiadas. Ele se defende das solicitações de doações em relação a sua campanha ao governo do Ceará, em 2014. Vê a abertura do inquérito como um “caminho natural do rito processual”, mas afirma inocência e convicção de que a verdade dos fatos prevalecerá.

Já Humberto Costa diz que o STF pediu arquivamento do inquérito no STF por não encontrar evidência de irregularidade ao longo de dois anos de extensa investigação. Ele diz que contribui com as autoridades e se colocou à disposição da Justiça.

Tanto Costa e Oliveira respondem no “escuro”.

Renan Calheiros e Raupp adotaram a postura da cautela. Querem primeiro observar os desdobramentos dos fatos para só então se pronunciarem. Politicamente, Calheiros acerta ao não se precipitar, mas terá que falar em algum momento...

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