A direção geral da Polícia Civil preferiu não comentar as declarações do delegado Lucimério Campos, que após pedir exoneração do cargo divulgou uma nota lamentando as condições de trabalho a ausência da integração entre as policias Militar e Civil em Alagoas.

A reportagem do CadaMinuto Press procurou a instituição e também a Associação dos Delegados de Polícia em Alagoas (Adepol) e não conseguiu nenhum posicionamento sobre o assunto. Em um texto publicado nas redes sociais, Lucimério afirmou que a Polícia Civil enquanto instituição vem sendo “sistematicamente enfraquecida” e atribuiu ao Governo do Estado toda a situação.

“Esse desmonte vem do Governo e, infelizmente, de dentro de nossa própria casa. Talvez, sejamos o único Cargo de Estado onde os próprios pares entregam suas atribuições (prerrogativas) em troca de interesses pessoais de poder”, comentou o delegado em postagem.

Pegando o mesmo gancho, a Associação dos Servidores da Polícia Civil (ASPOL/AL) também realizou observações sobre o trabalho da instituição e destacou a insatisfação dos membros – agentes de polícia, escrivão e delegados – com a postura tomada pelo Governo.  

“As investigações estão ocorrendo a passos lentos e pequenos, face o déficit de pessoal, da má estrutura das unidades policiais e, principalmente, da ausência de políticas voltadas a melhoria da Segurança Pública (Policia Judiciária). Num Estado em que a cada cinco policiais apenas 01 um é  Policial Civil, torna inviável um trabalho de investigação de excelência e que atenda a contento toda a sociedade alagoana, ou seja, a sensação de impunidade só aumenta e o sentimento de desgosto com a polícia investigativa também”, disse Hebert Melanias, presidente da ASPOL.

Dados da entidade apontam que nos últimos meses mais de 70 profissionais pediram exonerações dos seus cargos por insatisfação. Isso ficou transparecido na nota elaborada pelo delegado quando afirmou que “notadamente entre os Delegados, temos quadros de destacada competência e honestidade que assim que tiverem uma oportunidade transformarão a Polícia Judiciária alagoana. Mas para isso precisamos acordar e exercer essas virtudes. Não podemos nos deixar ser consumidos por esse complexo de vira-latas”.