“Quando tiver algo sacramentado, eu vou nomear”. É com esta frase – curta e direta – que o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), se afastou das possibilidades de comentar as mudanças que pretende fazer nas pastas do Executivo.
Muitas das intenções do governador já foram confirmadas, como a provável ida do deputado federal Cícero Almeida (PMDB) para a pasta de Esportes. Com isto, a atual secretária de Esportes, Cláudia Petuba, iria para a pasta da Mulher. O próprio Almeida confirmou isto. Há ainda a provável abertura de espaços para que o deputado estadual Antônio Albuquerque (PTB) indique cargo.
Mas, Renan Filho evitou comentar o assunto. Disse apenas que tem conversado com estas pessoas, mas que não há martelo batido. “Nós vamos manter a lógica nas mudanças. Que é aproveitar os espaços da bancada federal para trazer recursos para as secretarias em Alagoas. Esta é a maneira mais inteligente de administrar um estado pobre. É fazer frentes em Brasília para buscar recursos para ações que o Estado precisa fazer. De maneira que temos que aproveitar a força da bancada federal de Alagoas”.
Ao falar sobre isto, Renan Filho elogiou, inclusive, o papel da oposição ao governo estadual que se encontra em Brasília. “Eu disputei a eleição com o senador Benedito de Lira (PP). O filho dele Arthur Lira (PP) é deputado federal e líder do PP. Então, esta bancada é diferenciada. Ela tem prestígio em Brasília e a gente tem que aproveitar esse espaço. Se não, eu estaria cometendo um erro estratégico, que é achar que apenas com os recursos estaduais se pode fazer frente às necessidades de Alagoas. Não pode, nunca pode. Alagoas precisa de esforço coletivo”.
Sobre os espaços na bancada, subentende-se que com mudanças locais governador estreita laços em Brasília. A vinda de Almeida abre espaço para Val Amélio (PRTB) na Câmara de Deputados e uma aliança com Antônio Albuquerque incluiu uma proximidade maior com o deputado federal Nivaldo Albuquerque (PRP). Na cadeira que ficou vaga pela ida de Marx Beltrão (PMDB) para o Ministério do Turismo, assumiu a deputada federal Rosinha da Adefal (PTdoB), que é aliada de Renan Filho.
O próprio governador conta com o pai: o senador Renan Calheiros (PMDB).
Albuquerque
Em relação à aproximação com o deputado Antônio Albuquerque, que pode render a indicação de Arthur Albuquerque para alguma pasta do governo, o chefe do Executivo evitou fazer comparações entre a aliança de agora e a retirada de Albuquerque do grupo político do governador, em 2014, quando Renan Filho disputou a eleição.
“A nossa coligação, em 2014, escolheu a melhor para disputar a eleição e com gente que estava em aliança há muito tempo. Cada eleição tem a sua história. De maneira que nós vamos sempre olhar para frente. Eu não cisco para fora. Eu cisco para dentro. Porque de gente que espalha brasa, o Brasil está cheio”.
O governador de Alagoas disse que levou em conta critérios técnicos e políticos para as possíveis nomeações. “Todas as pessoas que assumem tem que ter capacidade técnica e a demonstração só vem com o tempo. É bom ter humildade e esperar as pessoas trabalharem para depois criticar”.
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