Para bom entendedor meia-palavra basta. Então, as declarações do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB) – em entrevista à imprensa alagoana, na manhã de hoje – mostram que ele não vai assumir ministério no governo Temer, mas ocupará posição estratégica no Senado Federal. Afinal, não pode perder poder.
Renan Calheiros disse que não foi sequer convidado pelo presidente Michel Temer (PMDB) para assumir o Ministério da Justiça.
O assunto circulava pelos bastidores. Porém, segundo Calheiros não passou de especulação.
Ele disse que não ocuparia o mesmo cargo duas vezes (ele já foi ministro da Justiça na época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)), com exceção – evidentemente! – do mandato de Senador e da presidência do Congresso Nacional. Tanto é assim que Renan Calheiros trabalha para a sua reeleição sabendo que terá uma árdua batalha pela frente, tanto no cenário nacional, quanto no local.
No campo nacional, Calheiros é alvo de inquéritos na Operação Lava Jato. Isto pode atrapalhar seus planos. Localmente, tem pela frente que costurar alianças que lhe garantam um cenário tranquilo diante da possibilidade de enfrentar tantos postulantes ao Senado. Um deles é oriundo de seu próprio partido: o ministro do Turismo, Marx Beltrão (PMDB).
Renan Calheiros também falou dos planos para depois do mandato de presidente da Casa. Não revela muita coisa, mas diz que não pretende ser mais um senador. Prepara-se para uma nova missão. Ao estilo Renan Calheiros dá a entender que o partido quem decidirá. Não é bem assim! O grande articulador disto é o próprio Renan Calheiros. Só não enxerga quem não quer.
De acordo com os bastidores, as possibilidades são a liderança do PMDB na Casa ou então a presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Mas eis a fala de Renan: “Faremos a eleição para a nova Mesa do Senado e vou aguardar o posicionamento da bancada para que me diga qual a missão que vou cumprir pelo parlamento nacional”, salientou. Calheiros se disse pronto para retomar os trabalhos “em benefício de Alagoas”.
O presidente do Senado também confirmou que já começaram as articulações que miram o ano de 2018. “Tenho conversado com os partidos”. A construção destas alianças passa também pela reeleição do governador Renan Filho (PMDB) e pela busca de enfraquecer o outro lado, que é capitaneado pelo PSDB do prefeito Rui Palmeira e do ex-governador Teotonio Vilela Filho. Do lado de lá, já existe uma parceria firmada com o senador Fernando Collor de Mello (PTC) e com o também senador Benedito de Lira (PP).
Além deles, Rui Palmeira – caso se candidate ao governo – terá como aliado o ministro Maurício Quintella Lessa (PR). A disputa será entre dois fortes grupos pelo que se desenha no cenário.
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