Em regra geral, a ignorância em um debate se torna algo assustador que pode passar despercebido aos incautos. Não raro, aquele que quase não possui informações adota uma postura de arrogância fingindo dominar o assunto.
É parte do jogo ridicularizar o oponente assumindo um ar de superioridade. O nome disto é “estratagema”. Como diria o filósofo Arthur Schopenhauer: o estratagema da arte de vencer um confronto de ideias sem ter razão.
Não raro, o ar de superioridade assumido pela ignorância é reforçado por informações mastigadas do mainstream. No caso em questão, o New York Times e outros similares. Falo aqui da mais recente coluna do editor da Record, Carlos Andreazza, na Rádio Jovem Pan.
Andreazza ousou desenhar o perfil do presidente Barack Obama. Acertadamente o colocou como a esquerda americana, mas isto feriu intelectuais e jornalistas mais sensíveis. Mas, queiram ou não, Andreazza está certo.
Ele ousou dizer uma verdade sustentada em inúmeras fontes primárias. A ousadia de dizer o óbvio se fez presente tal qual o axioma de Chesterton: chegará o dia em que teremos que dizer que a grama é verde.
No Brasil dizer isso parece ser algo "ousado" diante do mainstream...quando deveria ser o natural, pois são inúmeros os fatos que sustentam o que Andreazza fala. Confesso que não sabia se ria ou se chorava da reação dos que ouviam aquilo como se tivesse sido dito a besteira do século. "Obama de esquerda? O quê? Que burrice afirmar isso?".
Bem, histerias podem nascer do desprezo pela História e pelas fontes primárias. Há quem desconheça algo e, justamente por desconhecer, finge que só existe o que é da sua esfera de saber. E há os que mesmo sabendo, ignoram de propósito em função de suas ideologias. Afinal, precisam posar de especialistas e a humildade não combina muito isso, não é mesmo?
Mas, vamos aos fatos: 1) Obama foi introduzido na política americana por movimento comunista; 2) Obama tem como teórico de cabeceira Saul Alinsky. É só pesquisar que vocês vão achar estas informações. Alinsky falava da infiltração cultural para atingir a hegemonia. E aqui nem analiso os rumos de seu governo com os populismos, aumento de dívida pública, gastos públicos etc.
Todavia, é possível ir além para entender determinadas linhas de raciocínio dentro do partido Democratas, o que não envolve apenas Obama.
Uma obra interessante para isto é Liberal Facism de Jonah Goldberg. Ele expõe as práticas, os métodos e o processo da construção da infiltração cultural em solo americano. Por sinal, em Camaradas, o historiador Robert Service também pincela o assunto mostrando as raízes disto. Data de antes da Guerra Fria.
Service mostra o seguinte: como a ala mais extremista não conseguiu êxito nos EUA, procurou-se dissolver este extremismo junto aos fabianos, aos social-democratas, na ocupação de espaço na mídia, sindicatos e universidades. Porém, sem nunca esquecer dos objetivos iniciais.
Por sinal, o reflexo disto é bem tratado pelo filósofo Roger Kimball na obra Radicais nas Universidades. Quem quiser que leia.
Tudo isto precede Obama, mas mostra o ambiente que gestou políticos como ele. Por sinal, em sua coluna na Jovem Pan, o editor da Record, Andreazza, explica isso de forma didática. Vale a pena ouvir.
Ele mostra o quanto Obama aumentou o Estado e ampliou os gastos públicos durante seu governo, abraçando o estatismo com os discursos de infiltração cultural oriundos no EUA antes mesmo de Alinsky, mas sendo reforçados com este.
Isto sem contar com o que ocorreu com a dívida pública americana que praticamente dobrou.
É bom lembrar: Alinsky está para os EUA como o italiano Antonio Gramsci está para o Brasil.
Mas, tudo isso, que são informações fáceis de encontrar, é completamente ignorado por aqueles que respondem tantos dados históricos e documentados com um "Quanta bobagem, vá estudar!".
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