Não é totalmente verdade que as mudanças no secretariado do prefeito Rui Palmeira (PSDB) se dão por critérios técnicos. O tucano aproveitou - como ressaltou - nomes de sua antiga equipe (do primeiro mandato) para exercerem outras funções na nova administração. Fez um rodízio que lembrou, ainda que de longe, as mudanças que eram feitas pelo ex-governador e deputado federal Ronaldo Lessa (PDT), quando este comandou os destinos de Maceió. Fez isto com os nomes que possuem sua maior confiança.
Porém, algumas pastas foram sim pensadas para ampliar alianças e solidificar as existentes. O caso mais visível - já comentado neste blog - é a Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública (antiga Segurança Comunitária). Esta pasta vai abrigar Ivon Berto, que no pleito de 2016 foi o vice do ex-candidato a prefeito Paulo Memória (PTC).
Berto é indicação do senador Fernando Collor de Mello (PTC). Collor passa a ser um aliado de “primeira ordem” para o tucano. Isto poderá refletir em 2018. Rui Palmeira - ao menos no discurso - não demonstra pressa de pensar nas próximas eleições, mas sabe da possibilidade de ser candidato ao governo. Por isto, não confirma, nem descarta a possibilidade. Prefere observar o caminhar dos fatos, mas não faz isto parado.
Com Berto na Prefeitura de Maceió, é visível o afastamento de Collor do senador Renan Calheiros (PMDB), que é o principal nome do grupo político do governador Renan Filho (PMDB). O chefe do Executivo estadual é candidato natural à reeleição e um adversário político de Rui Palmeira.
Outra aliança que é reforçada com a nova composição da gestão de Palmeira é com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR). Quintella - que ocupa função importante no governo do presidente Michel Temer (PMDB) - trabalha com duas hipóteses: ser candidato à reeleição à Câmara de Deputados ou disputar uma vaga ao Senado Federal. O que não falta no grupo tucano são possíveis candidatos ao Senado.
Além de Quintella, há o senador Benedito de Lira (PP), que descartou possibilidade de aposentadoria; e o ex-governador Teotonio Vilela Filho, que quer voltar ao Senado Federal. A aliança com Quintella foi reforçada pela indicação de Ib Breda (homem de confiança do ministro) para a pasta da Infraestrutura.
No primeiro mandato, Breda comandou a Superintendência de Iluminação Pública. “Cai para cima” - no jargão político - indo para uma pasta com maior importância dentro da administração. Tecnicamente, assume com a missão de dar maior celeridade as ações da Prefeitura, já que isso pesou contra o ex-secretário Roberto Fernandes, segundo informações de bastidores.
O senador Benedito de Lira também terá mais espaço na gestão municipal. Seu partido não assume mais pastas. Segue com a vice-prefeitura de Marcelo Palmeira e com uma secretaria. Porém, esta pasta teve um upgrade. Antes, Mac Lira cuidava apenas da Habitação. Agora, estará na pomposa Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente.
A mudança frustrou os planos de David Maia, o titular da Limpeza Urbana. Maia - segundo bastidores - advogava a fusão do Meio Ambiente com a Limpeza Urbana pela semelhança de ações desenvolvidas por estas secretarias.
O prefeito de Maceió também pensa politicamente. Manteve o “núcleo duro” de sua confiança, como Clayton Santos na Comunicação, Ana Deyse na Educação, Felipe Mamede na Economia e Ricardo Wanderley saindo da Procuradoria Geral, mas indo para a Agência Municipal de Regulação de Serviços Delegados. Reinaldo Braga - outro nome que agradou ao prefeito - parte para a Secretaria Municipal de Gestão.
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