Durante uma coletiva em que apresentou as ações de seu mandato, desde o início até o ano de 2016, o senador Benedito de Lira (PP) reclamou que muitas das obras em Alagoas sofrem atraso não por falta de recursos oriundos do governo federal, mas em função da ausência de projetos e de desentendimentos políticos. 

Por conta disto, Lira se mostrou ressentindo com os atrasos na retirada da Favela do Jaraguá, em Maceió; de obras de drenagem em Atalaia, das descontinuidades no Vale do Reginaldo, da morosidade para o início do Marco do Referência do Turismo na capital alagoana e também das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). 

“Antes tínhamos a seguinte dificuldade: faltava recursos e sobrava projetos. Hoje, não temos - muitas vezes - o projeto. E isto é muito complicado. Além disto, as questões políticas. O que eu posso dizer é que de minha parte, estas questões políticas não estão presentes. Quando defino o recurso para um lugar, não me importa se aquele gestor votou ou não em mim. Eu quero a obra feita”, reclamou o senador. Lira também lamentou o fato de que muitas vezes não é dada a devida publicidade aos recursos e que os investimentos são vistos “naturalmente como vitrines políticas”. Ou seja: só há a efetiva preocupação quando há um “pai” a ser mostrado. 

Ao falar das ações, classificou as obras do VLT - que se encontram em andamento no centro da cidade - como “a menina dos olhos”. “A obra já se encaminha à Jaraguá e fará a ligação entre Lourenço de Albuquerque e Jaraguá, mas chegaremos até Mangabeiras, nas imediações do shopping Maceió”. O VLT tem sido tema de promessas desde a primeira gestão do prefeito Cícero Almeida, quando este era do PP e aliado de Benedito de Lira. 

Todavia, Lira disse que, para o futuro trecho, já existem recursos garantidos. “Eu já consegui R$ 60 milhões com o presidente Michel Temer (PMDB)”. Segundo o senador, a obra está orçada (em seu total) em R$ 120 milhões”. Ele frisa que o novo trecho deve iniciar em 2017. “Antes do projeto já há o dinheiro. E não é somente o trilho, mas as estações e três comboios para se chegar a 11 trens. A CBTU ainda trabalha uma conexão com ônibus entre o Aeroporto e Rio Largo, para melhorar o acesso do turista à Maceió”. Aguardemos...

O senador afirmou ainda esperar que o ano de 2017 - por ser um ano pré-eleitoral - não venha atrapalhar a união entre os políticos para dar continuidade a obra. “De minha parte, não haverá problemas. Queremos a obra entregue para o bem da população”.

Marco Referencial

Lira também tratou com destaque a obra do Marco Referencial do Turismo, no antigo Alagoinha, em Maceió. O senador pepista não escondeu a insatisfação com não ter sido devidamente lembrado pelo governo Renan Filho (PMDB) durante a publicidade das obras que devem ser iniciadas no dia 3 de janeiro. “Eu nunca peguei carona na bóleia do caminhão de ninguém, como ocorreu quando eu trouxe o curso de medicina para o Cesmac, quando todo mundo quis ser o pai da criança”. 

De acordo com Lira, o Marco Referencial foi uma conquista de seu mandato. “Há críticas ao Marco, mas da forma como se encontra o Alagoinha hoje o que temos é o desprezo pelo local, que é refúgio de drogados, tráfico e prostituição. Só não é pior porque o espaço é movimentado. Coloquei na cabeça que precisava ser feito algo diferente naquele espaço, com um projeto turístico e fui atrás disto”. 

Lira detalhou a questão. Segundo ele, tudo iniciou ainda no final do governo de Teotonio Vilela Filho e “buscamos o projeto junto a Secretaria de Turismo. Infelizmente, o governador Téo não iniciou a obra e a prefeitura não teve o devido interesse de fazer. Chegou o governo Renan Filho e eu perguntei se ele teria interesse, caso contrário eu tiraria o dinheiro da obra e levaria para outro projeto. Voltei a cobrar e ele me disse que seria feito em um projeto diferente. Eu disse: “se for diferente não conte comigo”. Eu me propus para arranjar recursos para manter o projeto como ele está”.

“O projeto que o governo publicou é a base, que se completa com as duas torres”, complementou. De acordo com Benedito de Lira, as críticas sobre quem vai bancar o funcionamento do Marco Referencial do Turismo não se sustentam. “Ele vai dar renda. Vai ser autossuficiente. Eu vou até inscrever a obra para concorrer às maravilhas do mundo e ele vai ganhar de muitas maravilhas que aí estão”. 

Conforme Benedito de Lira, nos anos de seu mandato, Alagoas recebeu os seguintes volumes de recursos oriundos de seu trabalho: 29,5 milhões em 2011; R$ 21,8 milhões em 2012; R$ 75,4 milhões em 2013; 23,4 milhões em 2014; 17,9 milhões em 2015 e R$ 20,8 milhões em 2016. 

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