O parlamento estadual alagoano - após a crise institucional vivenciada por conta de denúncias feitas pelo ex-deputado estadual e atual parlamentar federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB) - contratou uma auditoria na folha de pagamento dos funcionários efetivos. Isto foi feito logo no início da gestão da Mesa Diretora comandada por Luiz Dantas. Foi vendida a ideia de uma Mesa que faria uma gestão diferenciada, ainda que com deputados que sempre estiveram presentes nas principais crises da Casa e pouco falaram sobre o assunto.
Em tese, como chegou a afirmar o primeiro-secretário da Mesa Diretora, deputado estadual Isnaldo Bulhões (PMDB), os números deveriam se tornar públicos ainda nos primeiros momentos da gestão. Porém, eis um assunto que foi esquecido pela Mesa e pela Casa de Tavares Bastos.
Vale lembrar que JHC denunciou - quando estava naquela Casa - diversas irregulares envolvendo pagamento de pessoal, em especial os comissionados. O caso foi parar no Ministério Público Estadual (MPE), mas também encontrou o esquecimento. Naquele momento, se descobriu a “lista de ouro”: comissionados que recebiam mais de cem salários por ano. Era uma gestão anterior a de Dantas.
O presidente, naquele período, era o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, Fernando Toledo.
O atual presidente Luiz Dantas (PMDB) assumiu a Casa prometendo maior transparência e uma auditoria. Bem, o Portal da Transparência instalado deixa e muito a desejar. Da auditoria, ninguém tem notícias.
É possível afirmar: o presidente Luiz Dantas - que nunca teve muita voz na Casa - finalizará seu mandato de presidente devendo isto à população. Uma promessa não cumprida. O detalhe é que Dantas deve assumir o comando da Casa pelos próximos dois anos, sendo reeleito. Há - nos bastidores - informações de que outro grupo busca construir uma via para se opor a Dantas. Nela estariam os nomes de Antônio Albuquerque (PTB), Francisco Tenório (PMN) e Marcelo Victor (PSD), mas eles negam a articulação.
Porém, o assunto aqui é outro: onde se encontra o resultado da auditoria? O primeiro-secretário Isnaldo Bulhões por diversas vezes prometeu e mudou o prazo da apresentação dos dados, alegando várias desculpas. Com a palavra, Bulhões. Por qual razão os alagoanos não conhecerão o fruto de um trabalho que custo dinheiro dos cofres públicos?
Esta não é a primeira vez que a promessa de uma auditoria é só para “inglês ver”. Na presidência de Fernando Toledo - que hoje é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas - também já foi anunciada auditoria em folha. Mas, sem resultado. Desde que a Operação Taturana mostrou irregularidades na folha de pagamento da Assembleia, o tema “auditoria” sempre surge, mas sempre de forma inconclusiva.
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