Renan Calheiros - o presidente do Congresso Nacional - foi o principal alvo das manifestações que ocorreram pelo país afora, incluindo Alagoas, no domingo, dia 04. Multidões de pessoas foram às ruas para mostrar repúdio ao projeto de lei de abuso de autoridade, defender a Lava Jato e ainda criticar o Congresso Nacional por desfigurar o pacote das 10 medidas de combate à corrupção.
Em números, a manifestação ficou distante das que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas - de qualquer forma - o povo demonstrou força. Obviamente, semelhante ao que ocorreu antes, os políticos sentiram a pressão popular e terão muito o que pensar nos próximos dias.
O senador Renan Calheiros não demorou a se posicionar. Em nota, Calheiros considerou as manifestações “legítimas”. Por sinal, não tinha como ser diferente. O presidente do Senado Federal - por mais que discorde do mérito - não pode confrontar a democracia, já que os protestos ocorreram dentro da ordem, sem quebra-quebra, o que é bem diferente do que vimos recentemente em Brasília, com pelo menos um carro sendo queimado por vândalos.
Neste domingo, em Brasília, pelo menos cinco mil manifestantes ocuparam o gramado do Congresso Nacional. Em seu discurso - após as ruas mostrarem poder - Calheiros buscou o tom conciliador e comparou com o que ocorreu em 2013.
"Assim como fez em 2013, quando votou as 40 propostas contra a corrupção em menos de 20 dias, entre elas a que agrava o crime de corrupção e o caracteriza como hediondo, o Senado continua permeável e sensível às demandas sociais", diz a nota de Renan.
Não há comparação. Naquele caso, em 2013, se tinha uma massa difusa. Agora, se tem uma população que escolheu um alvo e sabe muito bem para onde aponta e o que defende, tanto que Calheiros foi desenhado como um rato em um caminhão de som que animou os manifestantes.
Se surtirá efeito ou não, isto será visível no próximo dia 6, quando deve ser votada a proposta de autoria de Calheiros que versa sobre o “abuso de autoridade”.
Eis a íntegra da nota de Renan Calheiros: “O presidente do Senado, Renan Calheiros, entende que as manifestações são legítimas e, dentro da ordem, devem ser respeitadas. Assim como fez em 2013, quando votou as 40 propostas contra a corrupção em menos de 20 dias, entre elas a que agrava o crime de corrupção e o caracteriza como hediondo, o Senado continua permeável e sensível às demandas sociais”.
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