Uma pesquisa feita pela empresa Endeavor traz uma informação preocupante para os gestores e empresários de Maceió: a capital alagoana é a pior, entre as capitais, para empreender no país. O dado é alarmante, sobretudo em um momento de crise. Não é segredo a importância do sucesso do setor produtivo para a geração de emprego e renda, além da melhoria da arrecadação por parte do Estado para que este possa ofertar os serviços.
Se torna ainda mais alarmante quando compreendemos - e os dados mostram isto - que a liberdade econômica está umbilicalmente ligada ao desenvolvimento social de uma região. Afinal, sem empreendedorismo, o sonho de todos os jovens passa a ser a segurança e a estabilidade do emprego público. Todavia, um Estado só pode manter sua estrutura se tiver arrecadação, caso contrário amplia os gastos públicos sem receita para cobrir. Termina, desta forma, endividado e vai à falência. É o que vemos em várias regiões do país. É a principal preocupação do atual governo federal e por isto o remédio amargo da PEC 55/241, por exemplo.
O atual prefeito Rui Palmeira (PSDB) - que foi reeleito recentemente - tem que se debruçar sobre esta questão e traçar projetos que fomentem o empreendedorismo local e melhorem a situação de Maceió neste ranking. É sobre as futuras gerações. Infelizmente, diante do pacto federativo centralizado, temos prefeituras extremamente dependentes de recursos federais. Maceió não é exceção. Todavia, a gestão municipal - se mal conduzida - pode agravar e muito o que já é gravíssimo. E isto não inclui apenas o prefeito, mas também os vereadores.
Temos, na mentalidade de nossos políticos, a crença de que as leis e o Estado resolvem tudo. Isto é uma falácia. Quanto mais leis, mais se engessa a atividade empreendedora. É o que acontece com a maluca legislação tributária deste país. O pior é quando o Legislativo resolve se opor ao futuro e a chegada de novas ideias que significam empreendimento. Na Câmara de Maceió tivemos este exemplo: a lei do vereador Galba Novaes Netto (PMDB) que tentou proibir o UBER. O Ministério Público Estadual já se posicionou sobre sua inconstitucionalidade.
É hora de nossos políticos se debruçarem sobre novas ideias. É hora de entenderem a importância da redução do Estado, tratando este como um ente voltado aos serviços à população e não para ser servido. Hora de cobrarmos o fim de regalias para políticos que custam caro e nada produzem.
E buscar fazer estes serviços prestados pelo estado com menos custo e maior eficácia. Vale lembrar que empreender e ser dono do próprio negócio é um sonho de muitas pessoas. Nem todos possuem habilidade natural para tanto, daí a importância da qualificação ser estimulada, com iniciativas como as das startups aqui em Alagoas. Precisamos fomentar ambientes de negócios.
Há ainda outra questão: quando uma cidade é um ambiente hostil ao empreendedorismo, aqueles que possuem boas ideias e inclinação natural se afastam deste lugar, buscando os que melhor recebem o empreendedor. É natural. Sendo assim, acabamos perdendo empresas e condenados.
Para se ter ideia, o ranking apresentado pela Endeavor se apresenta da seguinte forma: conheça os destinos que você, futuro empreendedor, deve fugir. Maceió está no topo da lista. “Maceió, segundo a Endeavor, é o lugar menos favorável do Brasil para empreender. Portanto, se essa é sua cidade natal e você deseja começar seu próprio negócio, talvez seja o caso de reavaliar sua localização e, talvez, planejar mudanças para cidades mais promissoras para empreender”, destaca o site Cromossomo Y.
A lista das 10 cidades são: Aracaju, Salvador, Natal, Manaus, São Luís, Cuiabá, Belém, Fortaleza e Teresina. O assustador é que neste ranking temos seis capitais nordestinas, o que mostra o quão distante a região se encontra dos horizontes do empreededorismo.
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