Beltrame na Justiça seria o retorno à política do mais do mesmo!

11/11/2016 10:40 - Bene Barbosa
Por Bene Barbosa
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Sabe aquela notícia que você lê e um frio corre pela sua espinha? Pois bem, foi essa minha reação inicial quando li na coluna do Claudio Humberto que o atual Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, pode ser substituído por Mariano Beltrame, ex-secretário da segurança do Rio de Janeiro.

Essa substituição seria um retorno inexorável à política do mais do mesmo que estamos enfrentando desde o primeiro governo de FHC. Vejamos alguns exemplares da espécie que passaram por lá: Renan Calheiros – sim, quase ninguém lembra e o PSDB faz questão de esquecer -, José Carlos Dias, José Gregori, Aloysio Nunes Ferreira, Márcio Thomaz Bastos e José Eduardo Cardoso. O que todos esses e muitos outros tiveram em comum? Aquilo que eu apelidei de tripé da insegurança pública, criado por sociólogos de esquerda ainda na década de 70. Todos aplicaram à política nacional de segurança os seguintes mantras: cadeia não resolve (impunidade), desarmamento é bom e o estado precisa ter o monopólio da força, e criminalidade é fruto da desigualdade social e da pobreza. Essa última a mais preconceituosa de todas!

Goste-se dele ou não, Alexandre de Moraes, é ar novo no combate à criminalidade. Pude constatar in loco, ao ser recebido por ele nesta semana, que ali está alguém muito menos contaminado ideologicamente que seus antecessores. Não, não concordamos com todos os pontos e isso seria pouco possível dentro do extenso universo da segurança. Prova dessa ausência ideológica são os frequentes ataques que ele recebe de gente como o sociólogo Claudio Beato (queridinho do PSDB) e do Daniel Cerqueira do IPEA, aquele instituto cujo presidente culpou o capitalismo pela corrupção.

Beltrame seria o retorno a uma política fracassada que resultou e ainda resulta em milhares de mortos todos os anos e uma crescente e verdadeira sensação de insegurança. O que esperar de alguém que como Secretário de Segurança afirma que o problema dos traficantes do Rio de Janeiro é que eles adoram armas e esquecer a índole criminal dos mesmos? Imaginem o que podemos esperar... Teremos policiais amontados em containers, armados somente com pistolas e armas menos letais, enquanto recebem rajadas de fuzis AK-47 por todo o Brasil! Teríamos a fracassada política de segurança pública no Rio de Janeiro ampliada para um nível nacional em detrimento à política de segurança de São Paulo, que bem ou mal, conseguiu realmente reduzir os homicídios de uma forma óbvia: colocando homicidas nas cadeias. Destaco ainda que São Paulo está longe de ser o paraíso na terra, mas basta que se verifique os números para se constatar as diferenças gritantes.

Outro ponto preocupante seria a ascensão de conhecida ONG desarmamentista carioca, a conselheira do Ministério da Justiça, e o óbvio fechamento de portas aos que discordam, por exemplo, da política nacional de desarmamento. Seria o fim de qualquer diálogo com a sociedade civil organizada verdadeira, aquela que representa os 59 milhões de eleitores que disseram NÃO ao desarmamento em 2005 e não essa falsa sociedade civil organizada, que é mantida com verba pública e de governos e entidades estrangeiras que não representam ninguém além deles mesmo.

A verdade, simplificada ao extremo, é que enquanto o Ministro Alexandre de Moraes traz em sua administração sua alma de promotor, Beltrame traz a alma da sociologia de esquerda para o Ministério da Justiça. Torcemos para que o presidente Michel Temer não caia nessa armadilha e nos arraste junto para o mais do mesmo. Para o pessoal que repete sempre a mesma fórmula imaginando que um dia o resultado será diferente. Não, não será.

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