Ao se posicionar sobre a vaquejada no Nordeste, mesmo sendo um tema polêmico, o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), foi enfático. Nem esperou pela imprensa. Usou suas redes sociais para manifestar apoio a atividade. Teve posição firme e definida. Pontuou que se trata de uma cultura nordestina. 

Porém, em alguns assuntos o governador é firme. Em outros, tem um tom mais ameno. É o caso da situação das escolas da rede estadual, que foi ocupada por estudantes. Renan Filho conversou com o repórter Bruno Levy, durante um evento em que recepcionou o ministro do Turismo, Marx Beltrão (PMDB). 

Eis a fala do governador: “Toda ocupação se refere a tema nacional. O Estado deve dialogar democraticamente, respeitando o direito dos estudantes e construindo caminhos para que a gente possa retomar a normalidade nas escolas de Alagoas”. 

É sabido que o tema é nacional. Os estudantes protestam contra a PEC 241 e a reforma do Ensino Médio, ainda que muitos não consigam detalhar com precisão os temas. A questão não é esta. A questão é: especificamente, como o Estado de Alagoas vai lidar com a situação das ocupações, pois envolve o calendário letivo, a preparação dos alunos para o Exame Nacional do Ensino Médio; envolve se há consentimento ou não dos pais, como a pasta tem lidado com isto, se trouxe prejuízos ou não, ou se o governador acha tão ação correta ou não?

Vale lembrar que a vaquejada também era um tema nacional, mas a posição foi posta de forma muito bem definida. E ninguém está dizendo que se deve desrespeitar os estudantes. Claro que todos eles merecem respeito, assim como merecem os alunos que estão querendo aula. O que o Estado tem a dizer a eles também? Pois, há que se enxergar, no caso das ocupações, os interesses políticos-partidários-ideológicos. 

Num ponto o governador acerta: é preciso retomar o quanto antes a normalidade. Mas, como o governo pretende fazer isto? Mesmo sendo um tema nacional, são as escolas locais que estão ocupadas. 

Não quero que o governador pense igual a mim. Não estou falando isto, mas é direito da população - e fiz esta cobrança em relação ao secretário Luciano Barbosa - saber o que exatamente o governo pensa e como pretende agir ou vem agindo diante deste fato que de fato é polêmico. E diante desta informação - dada de maneira mais detalhada - aí sim avaliar se é certo ou não. 

Estou no twitter: @lulavilar