Comentei aqui neste blog - no dia de ontem, 24 - que os fornecedores de cana-de-açúcar do Estado de Alagoas estão em uma batalha contra os usineiros por terem levado um calote de aproximadamente R$ 250 milhões. Em alguns casos, o débito é de três anos.
A situação dos fornecedores - segundo eles mesmos - é extremamente preocupante. Tanto é assim que o nome do movimento é “Cansei de Ser Roubado”. Uma alusão direta ao calote sofrido que é tratado como um roubo, já que os usineiros compraram a safra e não pagaram.
No próximo dia 31 de outubro, os fornecedores fariam um protesto para mostrar para toda sociedade a situação. De acordo com eles, o rombo no setor tem prejudicado 300 mil pessoas. Além disto, a maior parte é formada por pequenos fornecedores que dependem exclusivamente destes pagamentos para não fecharem as suas portas.
O governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB) - conforme a ata da reunião ocorrida entre os fornecedores - foi o grande ator do processo para evitar o protesto do setor. De acordo como presidente da Asplana, Edgar Antunes e o da Faeal, Álvaro Arthur, a solicitação foi feita pelo chefe do Executivo estadual e atendida.
Eis o que falei no texto anterior: o poder político-econômico do setor sucroalcooleiro.
A atitude de adiar a manifestação foi “consignada a boa-fé a uma contrapartida por parte dos usineiros, requerendo que estes assinem até a próxima sexta-feira documentos de confissão de dívida, com o respectivo cronograma de pagamento em favor de todos os fornecedores que irão, no decorrer da semana, até as sedes das usinas envolvidas nesta desordem socioeconômica”.
O movimento dos fornecedores quer que o calendário de pagamento já tenha início nesta semana.
Segundo informações obtidas pelo blog, os fornecedores temem que as usinas que devem peçam recuperação judicial e abatam a dívida total em 60%, com um parcelamento em 12 anos. Isto já ocorreu com duas usinas no Estado de Alagoas. Este é o medo. Que isto seja a tática da cooperativa dos usineiros.
Caso as usinas não atendam ao que foi solicitado pelo movimento dos fornecedores, o movimento vai às ruas.
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