ALAGOAS: No estado mais violento do país o inimigo agora são as armas de brinquedo

14/10/2016 15:07 - Bene Barbosa
Por Bene Barbosa
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Criada em 2009 no governo de Teotônio Vilela (PSDB) como Secretaria Especial de Promoção da Paz, a atual SEPREV – Secretaria de Estado de Prevenção à Violência - tinha por objetivo “articular e promover ações que permitissem a promoção da cultura de paz e não violência em Alagoas”. Nem preciso dizer qual o resultado depois de sete anos de existência...

A verdade é que no estado mais violento do país, com 56,1 homicídios por 100 mil habitantes, chega parecer brincadeira uma campanha desse tipo. Essa secretaria custará, só esse ano, 35 milhões saídos diretamente do bolso dos contribuintes, valor equivalente ao salário de mil soldados da polícia militar desse estado, o que equivale a 1/7 do efetivo da PM atual. 

O desperdício de verbas não acaba aqui. Vejamos o tal “ônibus do desarmamento” que de acordo com a SEPREV recolheu em quatro anos a ninharia de 450 armas. São cerca de 100 armas por ano. Um fiasco ao custo de milhões! E ainda fico imaginando o tipo de armamento que foi entregue e quem o entregou. Com certeza não foram os fuzis e metralhadoras que estão nas mãos das quadrilhas do “Novo Cangaço” ou dos traficantes que dominam até mesmo as pequenas cidades que outrora eram um mar de tranquilidade e paz.

 A verdade é que o objetivo dessa e de outras secretarias congêneres não é combater a criminalidade ou reduzir verdadeiramente a violência. Nunca foi e nunca será. Por trás de campanhas aparentemente inócuas ou inúteis que jogam no lixo o dinheiro do contribuinte, há um mal muito maior.

A ideia de “paz social” através de uma “cultura de paz” é caminho obrigatório para a implantação do socialismo. A tal “paz social” só pode ser alcançada pela chamada “justiça social”, que nada mais é que a destruição do capitalismo e de todos os valores que o sustentam e é exatamente isso que estão fazendo quando tentam impor até mesmo o tipo de brinquedo que nossos filhos podem ou não brincar.

Não é sem motivo que a maior e mais organizada facção criminosa do Brasil, o PCC, tem em seu lema a palavra “paz”, sendo assim devemos imaginar então que eles também estão combatendo a violência e a criminalidade? Não é coincidência que a palavra também está, por exemplo, nas ONGs Sou da Paz de São Paulo ou na Pazeando do Paraná e - vejam só que “surpresa”! - estava no nome inicial da Secretaria em questão.

O objetivo real, conhecido ou não pelos que atuam na “Secretaria da Paz” - e tenho certeza que há muita gente que acredita que está trilhando um caminho correto - não é e nunca será o combate e redução da criminalidade, pois para os ideólogos por trás de tudo isso, o crime é instrumento para induzir a sociedade para um estado de aparente anomia onde poderão, muitas vezes sem que se perceba, conduzir o seu processo revolucionário e criar uma sociedade à sua imagem e semelhança, criar um ”mundo melhor” e acreditem, nada é mais mortal e destrutivo que pessoas que resolvem “mudar o mundo”. Fuja delas, pois já deixaram um macabro rastro de milhões de mortos pelo mundo.

Deixando de lado toda questão ideológica e focando no combate e redução da criminalidade, está na hora de falar sério sobre a nossa calamitosa segurança pública que, ao que parece, trata os criminosos como inocentes crianças e os brinquedos com a toda a seriedade do mundo. Que rasgam dinheiro em Secretarias e projetos que simplesmente não deveriam sequer existir.  Impedir que crianças brinquem para se diminuir a criminalidade e violência faz tanto sentido quanto proibir o uso de colheres e garfos para se combater a obesidade.

Em tempo: o amigo e editor deste portal, Luis Vilar, convidou o Secretário Jardel Aderico, que sorridente e saindo do Ônibus do Desarmamento, ilustra essa matéria, para um debate comigo, mas até este momento não houve resposta.

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