Na edição de amanhã, o CadaMinuto Press trará uma entrevista de Páginas Vermelhas com o ex-governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB). Vilela comanda o ninho tucano em Alagoas. Na conversa, ele avalia o cenário político e as vitórias no interior do Estado. Além disto, fala das expectativas no segundo turno de Maceió.
O tucano-mor, ao mesmo tempo que se diz confiante na eleição de Rui Palmeira (PSDB), evita ataques ao deputado federal Cícero Almeida (PMDB), que também está no pleito. “O Cícero não foi um mal prefeito. Foi um bom prefeito, mas é que o Rui Palmeira foi melhor e está conseguindo demonstrar isto ao comparar as administrações”.
Vilela ainda falou sobre os ataques sofridos no primeiro turno. Almeida acusou o ex-governador de tê-lo perseguido e afirmou que foi culpa do governo do Estado de Alagoas, na época, a desabilitação que a pasta municipal de Assistência Social sofreu. “Ou o Cícero Almeida emprenhou pelo ouvido, como diz lá na Viçosa, que é minha terra, ou tentou usar isto por não saber explicar as deficiências da gestão dele. Eu não persigo nem inimigo, quanto mais o Cícero Almeida que me apoiou em 2010”.
Ao comentar o cenário eleitoral para o ano de 2018, Vilela foi indagado sobre a possível candidatura ao Senado Federal. Ele ressaltou que ainda não decidiu, mas afirmou que a possibilidade é grande. “Se eu for candidato será ao Senado. Não serei candidato a governo, nem a deputado”.
Neste ponto, o ex-governador foi questionado sobre uma possível dobradinha com o senador Renan Calheiros (PMDB), que também vai buscar a reeleição em 2018. Vilela e Calheiros fizeram dobradinhas tempos atrás na eleição do Senado Federal. “Muitos dos meus eleitores, que são prefeitos ou políticos de mandato, são eleitores do Renan Calheiros. Não podemos negar isto. Mas, não há espaço para uma aliança com Renan se o PSDB tiver candidato ao governo. Serão projetos diferentes”.
O tucano acredita que o resultado das eleições fortalece o ninho tucano para uma disputa do Executivo estadual. “Temos uma fila de nomes. O Rui Palmeira é um bom nome por ser a liderança que é. O Rogério Teófilo também pode ser uma boa opção. Agora, se o PSDB não tiver candidato ao governo, é possível uma aliança em torno de um projeto para o Estado de Alagoas”.
Vilela também comentou a reaproximação com o deputado federal Ronaldo Lessa (PDT). Os tucanos e os pedetistas romperam relações em 2007, após Lessa ter apoiado Vilela em sua primeira candidatura ao governo do Estado. Mas, na sequência houve uma ruptura e uma série de trocas de acusações. Ronaldo Lessa chegou a ser candidato ao governo contra Vilela no ano de 2010. E o tucano denunciou Lessa por ter - segundo Vilela - deixando um rombo de mais de R$ 400 milhões no Estado.
Agora, em virtude da campanha de Rui Palmeira, PSDB e PDT estão no mesmo palanque o que reaproxima Vilela e Lessa. “Eu acho que passamos a tratar as questões que nos distanciaram sem a emoção que tinha na época. Por que foi o problema com o Ronaldo Lessa? Eu encontrei um déficit no Estado em torno de R$ 500 milhões. Precisei tornar isto público. Fiz isto com dificuldade, pois o Ronaldo havia me apoiado naquela eleição. Mas eu precisa tornar público do contrário eu seria o responsável pelo déficit. Não seria justo isto. Ele não gostou. Ele odiou - e aí com razão - porque eu batizei de rombo, mas na realidade foi um déficit. E o Ronaldo é muito explosivo. Eu não denunciei ao MP. Eu levei estas contas lá porque ele havia dito que não era verdade. Então, eu levei para mostrar que era verdade. Não foi uma denúncia. Foi uma forma de dizer que aquilo era a realidade. Ele ficou muito bravo comigo. Mas eu fiquei feliz de reencontrar o Lessa no palanque do Rui Palmeira. Ele me deu um abraço e vi que ele ficou feliz também. Nós nos conhecemos de longa data. Ele era um admirador de meu pai. Eu fui coordenador de campanha do Lessa a deputado estadual em 1982. Nós temos uma relação política e pessoal muito forte. Estou bem com ele. Acho que agora não tenho mais nenhum inimigo político e se tenho, eu não conheço. Nem fora de Alagoas também”.
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